As redes sociais são o novo currículo?

Cada vez mais tenho lido artigos e reflexões de profissionais mega conceituados sobre este assunto. Teve uma época em que eu não concordava que as redes sociais poderiam substituir um currículo ou que elas seriam levadas em conta na hora de uma contratação. Logo que voltei para a faculdade em 2015, com quase 20 anos a mais que meus colegas, alguns vieram me perguntar sobre isso e minha resposta sempre foi: seja você mesmo por lá, não minta, não seja fake, não ofenda nada e nem ninguém, e assuma suas posições quando resolver colocá-las para o mundo. E, por um lado, continuo acreditando cegamente nisso. Talvez porque uso as minhas redes desta forma. E a frase "Você é o que você publica" nunca foi tão verdadeira.

O líder de Marketing e Comunicação da IBM Brasil, Mauro Segura, num artigo publicado em Meio & Mensagem não faz muito tempo, já afirmou que "sua imagem digital pode ser mais importante que seu currículo". Então, é importante que a gente cuide muito bem dela. Quem nunca jogou no Google o seu nome para descobrir como andava posicionado por lá? Se ainda não fez isso, dá uma pausa aqui na leitura para fazer a busca! No meu caso, aparece primeiro o LinkedIn. E depois de quatro ou cinco citações de outros "Cris De Luca" da vida, aparece a minha minibio de assinatura dos textos aqui do Coletiva.net. Inclusive, acabei de descobrir que tenho que atualizar meus contatos do Google. Isso também é bem importante. Afinal, nunca se sabe por onde vão nos encontrar, não  é mesmo?

Mas muita gente ainda se pergunta: "O LinkedIn é minha rede social profissional, é ela que interessa na hora que alguém vai buscar informações sobre a minha carreira, não?". Na minha opinião, ela é uma plataforma na qual o teu currículo estará de forma mais organizada, com a possibilidade de adicionar arquivos e links de trabalhos, textos e projetos já produzidos. É um espaço para a busca de novas oportunidades e de talentos. É um grande banco de currículos e de vagas. Mas vamos combinar que a gente não se mostra por completo por lá, pois ainda existe uma formalidade e algumas regras a serem seguidas no LinkedIn. A plataforma não mostra por inteiro a nossa imagem digital, sendo difícil observar o comportamento das pessoas por lá. Ou eu que ainda não peguei o jeito - o que não deixa de ser uma grande possibilidade.

As redes sociais se transformaram em grandes vitrines de como a gente quer se mostrar para o mundo. Algumas vezes, exageramos na exposição, dizemos coisas que não deveríamos e escorregamos bonito em algumas atitudes. Mas a vida também é assim. Agora, se estiver tudo muito perfeito e a pessoa tiver conta no Twitter, a gente descobre rapidinho o que tem de 'errado'. Lá, ainda é o melhor espaço de desabafos e, para mim, também é onde me informo de forma mais rápida e consistente. E, claro, é o melhor lugar para acompanhar cobertura de eventos, principalmente, red carpets e concursos de beleza, tipo Miss. Sim, sou dessas e não tenho problema nenhum com isso. Essa é uma das atitudes que se tem que ter no 'mundo virtual': se fez, assume, se você não tem vergonha do que faz por aí, não tem motivo para deixar de postar como é a sua vida e teu dia a dia.

Mas tirando as zoeiras a parte, voltamos ao que pode ser construído nas redes sociais para que elas possam ser usadas como suporte para dar ainda mais valor ao seu currículo, seja ele físico ou virtual. E como eu concordo plenamente com o que o Mauro Segura escreveu no artigo dele, vou dar um Ctrl C + Ctrl V, que fica mais digno em vez de reescrever nas minhas palavras: "Seja positivo e escreva conteúdos de valor nas mídias sociais. Entre no LinkedIn, escreva um resumo de sua experiência profissional, se conecte com pessoas legais e até participe de comunidades de sua área de interesse. Seja ativo. Se você participa de atividades de responsabilidade social, então deixe algumas coisas publicadas nas redes, mesmo que sejam de posts curtos no Facebook ou Twitter. Publique fotos legais no Instagram. Enfim, comece a montar um legado positivo a seu respeito no mundo online e nas redes sociais. O seu próximo emprego pode depender disso e você nem sabe."

Autor
Jornalista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Marketing e mestre em Comunicação - e futura relações-públicas. Possui experiência em assessoria de imprensa, comunicação corporativa, produção de conteúdo e relacionamento. Apaixonada por Marketing de Influência, também integra a diretoria da ABRP RS/SC e é professora visitante na Unisinos e no Senac RS.

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