Abracom manifesta preocupação sobre Sindjors prestar serviço de assessoria

Diretoria da associação defende que estas instituições são entidades sem fins lucrativos

A informação de que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) está prestando serviço de assessoria de comunicação para o Sindicato dos Enfermeiros do Estado gerou questionamentos entre as empresas do ramo no que se refere às questões éticas de tal prática. A Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), por seu turno, manifestou preocupação em nome de seus associados em todo o Brasil e, especialmente, no Rio Grande do Sul.

A diretoria da Abracom, em contato com a reportagem de Coletiva.net, salientou que "sindicatos e associações são entidades sem fins lucrativos e, portanto, isentas de alguns dos tributos que recaem sobre as empresas" e que, desta forma, conseguem vantagens competitivas indevidas. "Uma entidade associativa, seja sindicato ou associação empresarial, que concorra com empresas do mercado pratica concorrência desleal", frisou o presidente-executivo da associação, Carlos Henrique Carvalho.

Ele destacou, ainda, que agências de comunicação são empresas legalmente estruturadas para prestar serviços seguindo padrões éticos previstos na Carta de Princípios da Abracom. Tais organizações empregam profissionais com variadas formações e utilizam tecnologias e metodologias alinhadas com as melhores práticas do mercado de comunicação corporativa. "São serviços que têm alto custo e não podem ser prestados com a qualidade necessária por entidades de qualquer natureza", pontuou Carvalho, ao anunciar que "na defesa dos interesses de seus associados, a Abracom estudará medidas cabíveis para que esta prática não se dissemine pelo mercado".

Desde janeiro, o Sindjors está prestando o serviço para o sindicato presidido por Estevão Finger da Costa. Segundo o presidente da entidade representativa dos jornalistas, Milton Simas, o conteúdo é produzido pelo secretário-geral da entidade, Jorge Correa, e o pagamento dos serviços vai direto para o cofre do Sindicato, que detém uma dívida de aproximadamente R$ 90 mil. O contrato prevê prestação de serviço por seis meses com possibilidade de prorrogação de mais meio ano. Estevão ressaltou que foi feita uma concorrência entre três empresas de assessoria e o Sindicato dos Jornalistas apresentou proposta mais atraente do ponto de vista econômico.

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