Abraji repudia quebra de sigilo de jornalista

Justiça de São Paulo autorizou Polícia Civil a acessar registros de ligações de Andreza Matais

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou a decisão do juiz Rubens Pedreiro Lopes em liberar os registros de ligações de três celulares usados pela jornalista Andreza Matais. A decisão foi tomada sob sigilo no dia 8 de novembro. As ligações continham informações sobre a apuração de série de reportagens publicadas pela Folha de S.Paulo em 2012, sobre investigações na cúpula do Banco do Brasil.
A fim de conhecer a identidade da fonte da jornalista, o delegado Rui Ferraz Fontes solicitou a quebra do sigilo telefônico. Conforme a associação, "ele agiu no âmbito de uma investigação aberta a pedido do ex-vice-presidente do Banco Allan Simões Toledo, citado na reportagem". O pedido teve o respaldo da promotora Mônica Magarinos Torralbo Gimenez.
Em nota, a entidade escreveu que a atitude é lamentável. "É com indignação que a Abraji vem, mais uma vez, lembrar a membros da Polícia, do Ministério Público e do Judiciário que o sigilo da fonte é uma garantia constitucional (Art. 5º, inciso XIV) e não pode ser violado. A Abraji repudia a decisão de Lopes e roga à Justiça que a reverta, cumprindo a Constituição Federal e observando o Estado democrático de direito em que o País ainda vive."

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