Cinco perguntas para Alvaro Beck

Publicitário fala sobre o lançamento da Detour, nova empresa da Farofa Filmes

1. Quem é você, de onde veio e o que faz?
Comecei a minha carreira muito cedo em Porto Alegre, logo após ter me formado em Publicidade e Propaganda. Em 1992, montei a minha primeira produtora, chamada Making Of. Em menos de dois anos, nosso trabalho ganhou reconhecimento, obtendo os principais prêmios do Sul do Brasil. Em 1994, eu e meu sócio na época, Rafael Figueiredo, nos tornamos os melhores diretores daquele ano, em premiação da Associação Riograndense de Propaganda (ARP), com apenas 23 anos. E no ano seguinte, fomos finalistas no London Festival com uma campanha para Zero Hora, criada pela Paim.
Em função do trabalho vitorioso realizado na Making, em Porto Alegre, fui convidado a participar de um novo projeto da O2 Filmes, na época, chamado O2 Dois. O objetivo era lançar novos talentos no mercado de produção. Foi dessa forma que eu fiz a minha estreia como diretor no mercado brasileiro, dirigindo comerciais para as principais agências de publicidade do país. Em 1998, recebi o convite da Flavia Moraes para participar do time de diretores da Film Planet. E foi superbacana, porque lá eu comecei a enxergar o negócio de produção sob uma perspectiva global. Mas eu sentia saudades de empreender um projeto pessoal. E, por isso, decidi voltar a Porto Alegre e fundar a Farofa Filmes, em 2002.
Em pouco tempo, a produtora foi destaque na revista inglesa The Reel, em 2004, e nas principais premiações nacionais e internacionais. Mas o nosso maior reconhecimento foi o Leão em Cannes, que ganhamos em 2006, com o filme Pássaro, para Neosaldina, criado pela Fischer América - atual Fischer. A Farofa foi a primeira produtora do Rio Grande do Sul a conquistar esse prêmio. Graças ao Leão, tive a grata surpresa de ser indicado pela revista norte-americana The Boards, em 2006, como um dos principais diretores da nova safra brasileira. Além de dirigir filmes, sou o Diretor Criativo da Farofa e da Detour.Também atuo como special advisor da rede Leag - Local Expert Agency Group.
2. Como surgiu a ideia de criar um braço exclusivo para moda e comportamento?
A Detour é um sonho antigo. É uma ideia que eu pensava em empreender já fazia algum tempo. Nos últimos anos, a Farofa transformou-se numa das principais film boutiques do País, tornando-se uma especialista na produção de filmes de moda. Cerca de 80% do faturamento da Farofa já vinha desse setor, o que reforçou ainda mais a minha decisão em abrir esse novo braço. Sendo assim, passei a me perguntar: Por que não criar uma empresa para cuidar especificamente dessa área?
Pela experiência que temos tido com alguns anunciantes, copercebemos a necessidade de agências e anunciantes em centralizar as suas operações em única estrutura de produção. Produzir filmes e anúncios de moda exige outro olhar, critérios diferenciados e uma logística integrada entre todos os envolvidos. A tendência, nesse segmento da publicidade, é a reunião de fotógrafos e diretores, numa empresa só, oferecendo a possibilidade de uma solução integrada na produção de filme e foto para agências e anunciantes. A Detour se propõe a fazer o caminho inverso de alguns estúdios fotográficos que passaram a produzir filmes de moda. É a primeira produtora do Brasil a trazer essa proposta.
A Detour começa sua operação com escritórios em Porto Alegre, São Paulo, Porto e Buenos Aires, numa conexão direta entre três países: Argentina, Brasil e Portugal. Enquanto pensava a estrutura do negócio aqui no Brasil, fui procurado por um dos principais fotógrafos e diretores de moda da Argentina - Gabriel Rocca, que procurava alguém que pudesse representá-lo no Brasil. Nosso encontro foi uma surpresa feliz! Da mesma forma, a Detour em Buenos Aires é representada por seu estúdio. Enquanto conversava com o Gabriel, também recebi o contato de Augusta e Araújo, uma parceira nossa na Europa. De uma forma semelhante, a Augusta nos propôs levar a produtora para a Europa. Contei a ela o projeto da Detour e, a partir disso, definimos a abertura do nosso escritório na cidade do Porto, em Portugal. César Augusto será o diretor da produtora em território português.
3. Quais sãos as expectativas para a Detour?
A expectativa é grande. A repercussão tem sido incrível!  Todos dizem que a ideia desse negócio é superoportuna e todos recebem superbem o projeto. São poucas as produtoras especializadas no segmento de moda e beleza no mundo. A Detour passa a ser uma delas, com a vantagem de já nascer com mais de 70 filmes do gênero em seu portfólio. Além de representar diretores com backgrounds diversos, a ideia também é oferecer novas opções de locações e casting, criando inúmeras possibilidades de intercâmbio entre os países nos quais a Detour atua. Enfim, é um projeto ousado e diferente. Acho que o mercado precisa disso e, pelos retornos que temos tido, tenho a certeza de que vai dar muito certo. Com apenas um mês de atuação, já aprovamos um filme, além de orçarmos a solução completa de filme e foto para outros clientes.
4. O que mais lhe dá prazer na profissão?
Transformar um conceito, ou uma ideia, em imagens e ver de que forma isso afeta a vida das pessoas.
5. Quais são os planos para os próximos cinco anos?
Queremos tornar a Detour conhecida nacionalmente nos próximos meses. No Brasil, nossa meta é nos tornarmos referência nesse segmento em até dois anos. Em Portugal, nossa meta é nos tornarmos referência no primeiro ano. E nos próximos três anos, queremos estar entre as cinco principais produtoras do gênero na Europa.
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