Indústria gráfica tem queda na produção em 2013

Mercado teve reduções significativas nos lucros, apesar de os investimentos em tecnologia continuarem altos

A Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) informou que o faturamento das indústrias gráficas brasileiras ficou consolidado em R$ 44 bilhões em 2013. A informação teve como base o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de ser um valor alto, o mercado da área teve uma queda de produção física significativa, enquanto os investimentos em tecnologia continuaram a crescer.
A indústria gráfica fechou 2013 com uma queda de 6,7% na produção física, sendo que no ano anterior já havia tido um crescimento negativo de -4,3%. Porém, os investimentos em parques gráficos continuaram subindo, chegando a US$ 1,17 bilhão, apenas 3% menos que em 2012. Quem mais se prejudicou com o resultado foi o segmento editorial.
Com baixo desempenho (12,1%), alguns dos problemas do segmento editorial seriam o irrisório índice de leitura do brasileiro (1,8 livro/ano, segundo a Agência Senado), a concorrência da web no mercado de jornais e revistas, o tímido crescimento da massa real de salários (a baixa renda é um dos grandes entraves ao consumo de livros, jornais e revistas) e principalmente a forte importação de produtos e serviços gráficos.
Os empregos também foram atingidos. Houve redução de 5.684 postos de trabalho, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Apesar do ajuste, o setor mantém-se na posição de grande empregador, com quase 219 mil vagas.
De acordo com o presidente da Abigraf, Fabio Arruda Mortara, a expectativa é que em 2014 aconteça mais uma queda, porém, menos acentuada. "Devemos fechar o ano com declínio de 1,7% na produção física. A reversão dessa tendência parece difícil diante da ausência de indícios de mudanças no cenário econômico. O ambiente externo continua desfavorável ao Brasil, e internamente, inseguranças jurídicas, tributárias e de infraestrutura desencorajam investimentos", avalia.

Comentários