Inusitado é a definição de repórter para jogo do silêncio

André Silva foi o enviado da Rádio Gaúcha para acompanhar a partida a portões fechados entre Corinthians e Millonarios

No jornalismo esportivo desde 1998, o repórter André Silva foi o enviado da Rádio Gaúcha para a cobertura em São Paulo de uma partida, pela Copa Libertadores um tanto quanto inusitada, nesta quarta-feira, 27. O jogo do silêncio, como ficou conhecida a disputa a portões fechados entre Corinthians e o clube colombiano Millonarios, teve como público apenas quatro torcedores, que conseguiram na Justiça liminar para assistir à partida. Já os profissionais de imprensa somaram 172, conforme informações divulgadas pelo clube. "Foi um jogo inusitado, diferente do que se está acostumado. Só com jornalistas e sem torcida. Não tinha barulho, foi como um treino", relatou André, ao Coletiva.net.
Na região do estádio Pacaembu, André conta que o comércio fechou as portas cedo, pela falta de público. A movimentação nos arredores foi tímida e contou com segurança reforçada, pois se temia uma manifestação dos torcedores, o que não aconteceu. Apesar de tratar-se de uma situação rara, André diz que a falta da torcida não chega a influenciar na atividade jornalística. Para ele, as manifestações do público podem ajudar o repórter na percepção de um jogo ruim, por exemplo, mas a falta dele não o impede de fazer seguir com suas próprias avaliações. Já no caso dos times, a ausência da torcida, para o jornalista, teve maior impacto. "O Tite, por exemplo, demorou a perceber que era um jogo. Também se podia ouvir tudo o que a equipe técnica falava. Parecia que ele tinha medo de dizer algo", recordou.
A decisão da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para um jogo fechado veio como punição ao Corinthians, após o incidente que resultou na morte de um torcedor boliviano durante partida contra o San José, na Bolívia.
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