Jornalistas da RBS depõem sobre invasão da Câmara

Nathália Fruet e Paulo Rocha contaram o que viram durante a cobertura da ocupação ocorrida em julho passado

A CPI da Invasão da Câmara de Porto Alegre ouviu nesta quinta-feira, 6, os depoimentos de mais dois profissionais do Grupo RBS, sobre a ocupação da Casa ocorrida entre 10 e 18 de julho do ano passado. Participaram da sessão os jornalistas Nathália Fruet, pautada para a cobertura pela Tvcom, e Paulo Rocha, que acompanhou o episódio pela Rádio Gaúcha.
Nathália, acompanhada da advogada do Grupo RBS Débora Rodrigues, contou que, ao chegar na Casa, a sessão tinha terminado. "Alguns manifestantes estavam sentados no chão dialogando com o presidente, vereador Dr. Thiago Duarte (PDT)", salientou. De acordo com a jornalista, um princípio de tumulto teve início quando o cinegrafista da RBS começou a fazer imagens dos manifestantes. Nathália relatou que, aos gritos de "fora RBS, fora RBS", manifestantes hostilizaram colegas do grupo que trabalhavam na cobertura.
A jornalista afirmou ter ficado por cerca de 15 minutos dentro do plenário, de onde saiu com ajuda da vereadora Mônica Leal (PP), que levou profissionais da Zero Hora, Rádio Gaúcha e o cinegrafista da TV para o seu gabinete por achar que corriam risco. Para Nathália, o protesto dos manifestantes era específico aos veículos do Grupo RBS. "Eles não queriam a gente aqui dentro", destacou.
Paulo disse que quando chegou no Plenário não viu ninguém sendo hostilizado. Os manifestantes apenas colocavam cartazes nas paredes e na mesa onde fica o presidente da Câmara. Segundo ele, quando começou a filmar e fazer fotos com o celular, foi identificado pelos manifestantes como funcionário da RBS. "Os manifestantes também começaram a gritar 'fora RBS, fora RBS'. Acabei recuando sem ter a consciência do que poderia acontecer", explicou. Ele também afirmou não saber se houve consumo de drogas e a presença de crianças e adolescentes. Após o episódio, Paulo não foi mais pautado pela Gaúcha para cobrir a invasão na Câmara.
Presidente da CPI, Reginaldo Pujol (DEM) afirmou que o episódio resultou em ofensa à liberdade de imprensa e de expressão, já que jornalistas foram impedidos de entrar no Legislativo durante a ocupação.
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