Lei contra estrangeirismos tem destaque na mídia e nas redes sociais

Tarso Genro anuncia que consultará especialistas para decidir sobre projeto aprovado pela Assembleia Legislativa

Aprovado na tarde desta terça-feira, 19, pela Assembleia Legislativa, o projeto de lei que torna obrigatória, no Estado, a tradução de palavras e expressões estrangeiras tornou-se um dos principais assuntos nas redes sociais, além de ter obtido destaque na mídia. O tema preocupa principalmente profissionais de comunicação.
"Custo a acreditar que a Assembleia aprovou o projeto do deputado Raul Carrion que restringe o uso de estrangeirismos. Mas aprovou. Será que o governador vai vetar esse projeto do deputado Carrion, seu aliado? Deveria, para nos poupar de pagar esse mico", escreveu no Twitter a jornalista Rosane de Oliveira.
O governador anunciou que irá consultar especialistas para decidir sobre o projeto. Além disso, o Palácio Piratini considera a possibilidade de realizar uma audiência pública. Tarso lamentou o tom das críticas dedicadas à proposição.
O diretor de jornalismo da Band RS, Renato Martins, questionou como deverão proceder profissionais de informática, marketing e publicidade, que lidam com termos estrangeiros diariamente: "E o freelance? E o check-up? Reset? Merchandising? Lay-out? Download? Holding? Superstar? Freezer? Pendrive? Leasing? Como é que fica?" O presidente da Associação Riograndense de Propaganda (ARP), Daniel Skowronsky, disse, em mensagem enviada à redação de Coletiva.net, "que erradicar estrangeirismo é quase como fundar o Estado e o País mais uma vez". Skowronsky pergunta como seria feita a tradução da palavra mouse - rato - ao se referir ao acessório de informática.
Os principais jornais gaúchos abordaram o tema em espaços diferentes. Zero Hora e Correio do Povo dedicaram páginas inteiras sobre a aprovação, enquanto O Sul e Diário Gaúcho registraram o episódio em espaço menor. O Jornal do Comércio publicou matéria sobre o assunto apenas em sua versão online.
O projeto de lei 156/2009 obriga a tradução sempre que houver palavra ou expressão equivalente na Língua Portuguesa. A regra é válida tanto para comunicações oficiais do Estado quanto para mensagens transmitidas pelos meios de comunicação. A tradução deve estar junta e com o mesmo destaque da citação em idioma estrangeiro. Aprovado pelo Legislativo, o projeto depende de sanção do governador e de regulamentação para ser aplicado.

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