Lula ampliou número de veículos beneficiados com publicidade

De 2003 para 2010, dispersão das verbas entre jornais, revistas e emissoras de rádio e TV cresceu 1.522%

O número de veículos atendidos com verbas de publicidade nos governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cresceu nada menos do que 1.522%. Quando Lula tomou posse, em janeiro de 2003, 499 veículos de comunicação recebiam verbas de publicidade do governo federal. Em 2010, o número chegou a 8.094. Houve também dispersão geográfica na distribuição do dinheiro utilizado para publicidade. Em 2003, os jornais, revistas, emissoras de rádio e de TV e "outros" que recebiam os recursos estavam concentrados em 182 municípios, 3,27% dos 5.564 municípios do país. Hoje, são 2.733 cidades, 49,1% das localidades. As informações foram divulgadas nesta terça-feira, 28, pelo jornalista Fernando Rodrigues, em Folha.com.
O maior crescimento, no entanto, foi registrado na categoria "outros", que inclui portais de internet, blogs, comerciais em cinema, carros de som, barcos e publicidade estática, como outdoors ou painéis em aeroportos. Aqui, o número de registros saltou de 11 ocorrências em 2003 para 2.512 em 2010, crescimento de 22.836%. Lula foi o primeiro presidente a conceder entrevista exclusiva para blogs - somente para aqueles classificados como "progressistas" - e tem declarada simpatia pelo meio digital.
Rodrigues utilizou dados da Secretaria de Comunicação Social da Presidência para apresentar os números. De acordo com o jornalista, este tipo de estatística não existia no governo federal até 2003. Os dados oficiais não revelam quais são os veículos que recebem a verba estatal nem quanto cada um ganha. O valor total gasto nos dois mandatos, até outubro de 2010, foi de R$ 9,3 bilhões. A cifra não inclui custos de produção de comerciais, publicidade legal e patrocínio. Produção e publicidade legal consomem cerca de R$ 200 milhões por ano. Em patrocínio, o gasto médio anual foi de R$ 910 milhões, entre 2007 e 2009. No total, Lula gasta R$ 2,3 bilhões por ano com propaganda. Os valores são semelhantes aos do governo Fernando Henrique Cardoso, de acordo com Rodrigues.

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