Redes sociais não decidirão as eleições, defendem comunicadores em aula magna no IPA

Jornalista Gilberto Jasper, social media Rafael Bandeira e o publicitário Zeca Honorato conversaram com alunos do IPA nesta segunda-feira

Os comunicadores que participaram da aula magna dos cursos de Comunicação Social do IPA defenderam, na noite de ontem, 12, que as redes sociais não decidirão as eleições deste ano. A atividade, que sucedeu o encontro de recepção aos calouros da instituição, contou com a fala do jornalista Gilberto Jasper, do social media Rafael Bandeira e do publicitário Zeca Honorato, que compartilharam suas visões a respeito das movimentações políticas brasileiras em 2018.

Jasper recordou que, se hoje temos liberdade para escrever e falar o que quisermos enquanto jornalistas, é porque houve muita luta, na qual pessoas foram torturadas e exiladas no período da ditadura militar. "A geração de vocês tem o que parte da minha não está acostumado e até se assusta", observou, referindo-se à liberdade para se expressar nas redes sociais sem censura. Ainda, destacou que o Facebook e outras plataformas digitais permitem às pessoas que deem "gritos de liberdade", mas que estes só terão validade se postos em prática em outubro, no momento do voto.

Para Zeca, o período eleitoral de 2018 será marcado pela quebra de paradigmas, em que os partidos estão trocando suas siglas e os políticos desvinculando seus nomes do termo 'político'. "Antes, as campanhas eram demarcadas pela estrutura física e quem vencia eram aqueles com mais recursos financeiros. Hoje, pessoas são eleitas sem dinheiro, mas com auxílio da presença digital nas mídias sociais", apontou. Também destacou que o maior diferencial estará na qualidade de comunicação oferecida pelas equipes dos postulantes. "Nunca foi tão importante o nosso papel nas eleições."

Ainda que a internet não determine o voto das pessoas, Rafael argumentou que, a cada período eleitoral, as redes sociais ganham mais força para induzir a opinião dos eleitores. Para comprovar as reviravoltas que as plataformas são capazes, exemplificou com quatro casos, sendo um deles o de Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos, e Hillary Clinton, que teve seus e-mails vazados e compartilhados nas redes sociais. "Os exemplos mostram que elas romperam com a narrativa hegemônica da grande imprensa mundial", disse, referindo-se à preferência por Hillary nos meios tradicionais de comunicação.

A atividade encerrou a série de reportagens em comemoração aos 30 anos da instituição da Constituição brasileira. Ao longo da semana passada, a agência experimental do IPA, Multiverso, publicou quatro matérias acerca da temática. 

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