Repórteres Sem Fronteiras analisa segurança dos jornalistas

ONG diz que muitos países foram marcados por manifestações e luta pela liberdade e democracia em 2011

Conforme a ONG Repórteres Sem Fronteiras, neste ano morreram pelo menos 66 jornalistas - nove a mais do que em 2010. "Em muitos países, 2011 foi marcado por manifestações e luta pela liberdade e democracia. A maioria dos governos respondia [às revoltas] com violência. Eles não queriam apenas abafar radicalmente os protestos, mas também impedir o noticiário sobre o tema", explica Michael Rediske, porta-voz da seção alemã da ONG. Conforme a RSF, o ano também foi marcado pela detenção de 1.044 jornalistas, representando quase o dobro do número de profissionais presos em 2009.
Outro aspecto destacado pela ONG foram os ataques e ameaças contra jornalistas: no mundo, foram registrados 1.959 casos, 43% a mais do que no ano anterior. "É assustador os jornalistas serem perseguidos e reprimidos em países vizinhos como, por exemplo, Azerbaijão, Rússia, Belarus ou Turquia", comentou o comissário do governo alemão para os Direitos Humanos, Markus Löning, em resposta ao relatório anual da RSF.
A organização alerta para o crescente número de ativistas da internet que caem na mira de autoridades ou de grupos violentos. De acordo com a ONG,, cinco internautas, três dos quais no México, morreram devido aos textos que escreviam em seus blogs e perfis de Facebook ou Twitter. Neste ano, 199 blogueiros foram presos e 62 fisicamente agredidos. "Em alguns países, os blogueiros assumiram um papel central", explica Michael Rediske, "sobretudo quando a mídia convencional é censurada ou não é permitida a entrada no país de jornalistas internacionais". Além disso, o número de Estados com censura online subiu de 62 para 68.
Pela primeira vez, a Repórteres Sem Fronteiras publica uma lista dos 10 locais mais perigosos para jornalistas. Essas regiões, países e cidades são palco de censura extrema e violência contra profissionais de mídia. Em primeiro lugar consta o Paquistão, com 10 jornalistas mortos em 2011. Em segundo, o Iraque, com sete casos, seguido do México e da Líbia, ambos com cinco.

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