Versão da hora

Jornalistas recebem indenizações como vítimas da ditadura militar

Sob a alegação de que foram vítimas da opressão do Estado durante a ditadura militar nos anos 70 e 80, Ziraldo Alves Pinto e Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, o Jaguar, foram contemplados com as maiores indenizações concedidas pela Comissão da Anistia do Ministério da Justiça. Em sessão na qual foram julgados 20 jornalistas, a Comissão decidiu conceder a Jaguar uma pensão mensal de R$ 4.375,88 e um retroativo de R$ 1.027.383,29, enquanto Ziraldo terá direito ao mesmo valor, e retroativo de R$ 1.000.253,24. Os dois foram fundadores do Pasquim.


Todos os 20 jornalistas foram anistiados, e o valor da indenização é relativo ao cargo máximo que ocuparam durante o regime em equivalência com os salários atuais, de acordo com as tabelas da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Outros jornalistas de renome estão entre os anistiados, como Reynaldo Jardim, ex-diretor de Jornalismo da Rede Globo, ex-diretor do Jornal do Brasil e fundador do jornal O Sol. Ele receberá também a pensão mensal de R$ 4.375,88 e uma indenização de R$ 373.040,77. Os valores retroativos contam a partir da entrada do requerimento na Comissão da Anistia, adicionada de uma "retroatividade qüinqüenal", ou seja, incluindo os cinco anos anteriores na conta.


A questão, no entanto, não é pacífica, pois há contestações nos meios intelectuais. Este tipo de indenização, inclusive, já está sendo chamado de "bolsa-ditadura".

Comentários