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"Se não puder mudar a agência, saia dela." A declaração, feita pela cofundadora da Hybrid Colab, Ana Cortat, deu início ao painel "Realidades em paralaxe", que encerrou o ciclo de palestras do período matutino do Congresso de Estratégia Criativa 2017, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre. A frase marcou a exposição sobre a necessidade dos profissionais se transformarem e respeitarem seus propósitos individuais. "Acredito no conhecimento, no estudo, no desconforto e no inconformismo como ferramenta para disrupção. Mudem independentemente do outro", afirmou.
A ruptura, conforme ela, começa quando as pessoas não ignoram os conflitos e as realidades sobrepostas e passam a enxergar com nitidez a diferença entre o conforto social e a convicção política. "Há uma necessidade de sair dessa lógica binária de certo e errado, de homem e mulher, que nos obrigam a sair do pensamento padrão", completou, a respeito das demandas atuais de negócios e de comportamentos.
Durante o painel, também explicou que esta necessidade se deve ao desenvolvimento tecnológico, que torna, na sua opinião, as camadas sociais mais visíveis. A partir desse fenômeno, menciona que os pensamentos rígidos se convertem em flexíveis, destacando os interesses coletivos e não os individuais ou de pequenos grupos. "O conservadorismo está sendo impactado pelas decisões disruptivas das marcas. Como a de uma rede de lojas de roupas que colocou dois homossexuais se beijando no Dia dos Namorados para romper com os preconceitos e abraçar uma causa antes invisível", observou.
Ainda sobre a adoção de causas em prol dessas realidades sobrepostas, ressaltou que sempre haverá um conflito e uma reação sobre os assuntos propostos. "Nunca se falou tanto das questões do feminino, das raças e de gêneros. É preciso assumir a existência dos conflitos e dos contrários para, a partir disso, desenvolver ações mais efetivas", finalizou.