Agronegócio gaúcho exportou 6,56% a menos em 2014

Números sobre desempenho do setor foram divulgados em relatório do Sistema Farsul

Relatório sobre as exportações e importações do agronegócio gaúcho, divulgado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul, aponta que o setor exportou US$ 12,190 bilhões em 2014, 6,56% a menos do acumulado de 2013. Apesar da queda no valor final, alguns produtos tiveram bom desempenho. É o caso do segmento lácteo, que na comparação entre dezembro de 2013 e 2014, obteve um crescimento de 8.100 % (oito mil e 100).
O economista do Sistema Farsul, Antônio da Luz, destaca a soja e o trigo como principais responsáveis pela queda das exportações. Ele explica que a grande safra norte-americana,  unida com a capacidade logística daquele país, fez com que o Brasil não tivesse condições de concorrer no mercado internacional. Em relação ao trigo, além dos problemas climáticos que afetaram a produção do grão, da Luz aponta a isenção da TEC como grande causa da diminuição das vendas. "Deixamos de ser exportadores para nos tornar importadores", comenta.
Outro destaque do economista está na importância dos blocos econômicos. "Para termos uma ideia, a China compra quase 35% das exportações do agronegócio gaúcho. De cada três navios, mais de uma parte para lá", explica. Além do país oriental, a União Europeia responde por 17%, os EUA 4,21% e depois vem o Mercosul, com 3,6%. "Nós exportamos mais para os Estados Unidos que está no outro hemisfério do que para nossos vizinhos. A China, do outro lado do planeta, compra quase 10 vezes mais. Lamentamos não haver acordo bilateral com ninguém, apenas com o Mercosul que não é o nosso melhor parceiro", avalia.
Da Luz acredita que, em 2015, as exportações devem crescer por duas razões: a apreciação do câmbio que tornaria o produto brasileiro mais barato e uma maior produção, principalmente da soja, que devem fazer a comercialização crescer naturalmente. "Também esperamos que a carne continue a crescer, assim como o leite e o arroz, em que temos uma expectativa positiva. Não deve acontecer uma mudança na geografia das exportações, mas a China pode aumentar ainda mais sua participação no nosso mercado", conclui.
Confira a íntegra do relatório aqui.

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