Indústria interrompe demissões e já começa a contratar

Pela primeira vez desde outubro de 2008, o número de empresas que quer contratar supera a que planeja demitir

Conforme divulgado no jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira, 10, a indústria parou de demitir e já está começando a contratar novos funcionários. Os resultados de junho de pesquisas, tanto de órgãos do governo como de entidades privadas, indicam que o emprego industrial ou tem uma pequena queda, ou dá sinais de recuperação em relação a meses anteriores. Em julho, pela primeira vez em oito meses, o emprego na indústria automobilística cresceu, foram abertos 300 postos de trabalho, conforme divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta segunda-feira, 10. Além disso, desde o mês passado, foram anunciadas perto de 2 mil vagas nas montadoras.
Assim como na indústria automobilística, há contratações significativas nas siderúrgicas, nas fábricas de eletrodomésticos e até na indústria calçadista. Em razão da reversão no quadro, é consenso entre empresários, sindicalistas e economistas que a fase de demissões em massa ficou para trás. Com os estoques ajustados e o mercado doméstico aquecido, as indústrias se preparam para a temporada de contratações. Quase um quarto (23,2%) das 1.115 indústrias consultadas pela Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em julho pretende ampliar as contratações até setembro, enquanto 15,3% delas planejam demitir.
Pela primeira vez desde outubro de 2008, o número de empresas que quer contratar supera a que planeja demitir. Em dezembro, no auge da crise, a situação era inversa: 32,5% planejavam cortes e 15,5%, contratações. Também pela primeira vez desde outubro de 2008, o indicador de emprego previsto para os próximos três meses em julho superou a média desde 1995, aponta a FGV. No mês passado, esse indicador ficou em 107,9 pontos, ante a média histórica de 101,4 pontos e do resultado de junho (97,2). O indicador de emprego previsto é calculado a partir do saldo entre o porcentual de empresas que pretendem contratar e as que planejam demitir, somado 100 e descontada a sazonalidade.

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