Porto Alegre tem a cesta básica mais cara do País

Dados são do levantamento nacional realizado em 17 capitais pelo Dieese

A cidade de Porto Alegre contou em março com a cesta básica mais cara do Brasil, segundo levantamento nacional realizado em 17 capitais pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Conforme divulgado na Agência estado, a capital do Rio Grande do Sul liderou o ranking do mês passado na Pesquisa Nacional da Cesta Básica após o conjunto de produtos alimentícios essenciais avançar 7,80% na cidade ante fevereiro, para R$ 257,07. São Paulo foi a segunda capital entre as localidades com as cestas mais caras em março. O valor médio do conjunto de preços na capital paulista atingiu R$ 253,74, depois de um aumento de 10,49% em relação ao preço de fevereiro.
Na sequência do ranking, com preços acima de R$ 200, também ficaram as cestas do Rio de Janeiro (R$ 240,22), Brasília (R$ 236,41), Vitória (R$ 232,23), Manaus (R$ 231,31), Curitiba (R$ 231,30), Florianópolis (R$ 229,80), Belo Horizonte (R$ 224,37), Belém (R$ 215,72), Salvador (R$ 208,71), Goiânia (R$ 206,91) e Recife (R$ 202,01). Já os menores valores foram observados em Aracaju (R$ 181,70) e Fortaleza (R$ 182,43).
O Dieese realizou o levantamento de março nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
O salário mínimo do trabalhador do País deveria ter sido de R$ 2.159,65 em março para que ele suprisse as necessidades básicas e da família, de acordo com estudo divulgado nesta quarta-feira, 07, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A constatação foi feita por meio da utilização da Pesquisa Nacional da Cesta Básica do mês passado, realizada pela instituição em 17 capitais do Brasil.
Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 257,07, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ter sido 4,23 vezes maior que o piso vigente, de R$ 510.
Em fevereiro deste ano, o valor do salário mínimo necessário era menor, de R$ 2.003,30 e correspondia a 3,92 vezes o mínimo em vigor. Em março de 2009, o valor necessário foi estimado em R$ 2.005,57, o que correspondia a 4,31 vezes o salário mínimo oficial na ocasião, de R$ 465,00.
O Dieese também informou que aumentou o tempo médio de trabalho necessário para que o brasileiro que ganha salário mínimo pudesse adquirir, em março de 2010, o conjunto de bens essenciais, na comparação com o mês anterior. Na média das 17 cidades pesquisas pela instituição, o trabalhador que ganha um salário mínimo necessitou cumprir uma jornada de 94 horas e 38 minutos em março para realizar a mesma compra que, um mês antes, exigia a execução de 88 horas e 52 minutos. Em março de 2009, a mesma compra necessitava a realização de uma jornada maior, de 96 horas e 12 minutos.

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