Ana Carolina Soutello, da Natura, no FIC19: "A sociedade clama pelo posicionamento das empresas"

Executiva falou sobre propósito de marca no Festival de Interatividade e Comunicação 2019

Ana Carolina Soutello, da Natura - Divulgação/Coletiva.net

Propósito de marcas foi o assunto de uma das palestras mais esperadas deste primeiro dia do Festival de Interatividade e Comunicação 2019. Ministrada por Ana Carolina Soutello, da Natura, a apresentação lotou o Teatro da Unisinos Porto Alegre. "A sociedade está clamando pelo posicionamento das empresas. É importante, para quem trabalha com marca e comunicação, entender que marcas que têm propósito não são perfeitas, mas, talvez, aceitem melhor suas falhas e repensem seu papel na sociedade", explanou.

Posicionar-se em relação ao meio ambiente e à situação climática global é um dos principais pontos atualmente, no entanto, segundo Ana Carolina, ninguém está afim de pagar mais caro por uma embalagem reciclável. Sobre isso, ela lembrou o dia em que o céu de São Paulo escureceu devido à fumaça das queimadas na Amazônia. Naquele dia, surgiu o questionamento: O que a Natura fará sobre isso? "Sabemos e vamos nos assumir como um negócio global de impacto positivo. Acreditamos e buscamos usar a comunicação como forma de ampliar a consciência", explicou, dizendo que isso ajuda a fazer uma provocação na sociedade.

Mas o que uma marca de produto de beleza pode fazer pelo mundo? Para se manifestar sobre as queimadas na Amazônia, Ana Carolina informou que a Natura lançou um posicionamento lembrando que cada um é responsável por suas ações. "Ajudams a presevar o equivalente a 12 cidades de São Paulo, ou seja, 1,8 bilhões de hectares da Amazônia. Além disso, trabalhamos junto das comunidades locais. Esse é o nosso princípio, ajudamos a desenvolver a biodiversidade", informou.

Outro ponto defendido pela palestrante foi que uma marca não pode ser oportunista. "Quando a fumaça chegou a São Paulo, lançamos um vídeo da marca EKOS, que estava guardado. Tiramos o produto do final e colocamos no ar, pois a mensagem era mais importante do que a venda do produto em si."

Agilidade foi outra questão na pauta, pois, conforme Ana Carolina, para ter propósito, é preciso ter agilidade, afinal, não se pode deixar essas questões de sociedade passarem. "Fizemos uma agenda das manifestações e começamos a mostrar hábitos cotidianos que podem ajudar a melhorar a situação climática. Não nos cabe se posicionar contra ou a favor do governo, mas mostrar às pessoas o que dá para fazer para melhorar o mundo", falou.

O lixo é outra questão importante para a Natura, que já trabalha há anos com refil de produto, a fim de diminuir o descarte de embalagens. "Acreditamos que o lixo é um problema de todos, pois não existe colocar o lixo fora. Fora onde? E isso começa na nossa escolha de compra. Precisamos pensar no que botamos dentro de casa."

A terceira grande causa defendida pela Natura tem a ver com diversidade, na qual Ana Carolina atua mais fortemente. De acordo com ela, as mulheres são um potencial subaproveitado. "Vamos demorar 217 anos até termos igualdade salarial. Somos maioria na sociedade, porém nosso PIB é de pouco mais de 30%", apontou, ao lembrar que a marca é formada por uma fonte de vendas majoritariamente feminina.

Ao longo de sua apresentação, ela mostrou alguns vídeos de campanhas e mencionou algumas ações, como 'Home pra...', #soumaisqueumrotulo, #tragoverdade e #vivasemvergonha. Todas relacionadas com as causas defendidas pela Natura e as quais julga muito importante para a sociedade.

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