Projeto transforma ensaios fotográficos em livros-dobraduras

Fotodobras reúne trabalhos de Camila Domingues, Cristiano Sant"Anna, Eduardo Seidl, Joana França e Mateus Bruxel

Eduardo Seidl é um dos autores do projeto| Crédito: Cristiano Sant"Anna/Beira
Será lançado logo mais, às 18h30, na Vulp Bici Café (Rua Bento Figueiredo, 78 - Bom Fim), o projeto "Fotodobras". Realizada pela Beira - Movida Editorial, a iniciativa reúne ensaios sobre o tema urbano que compõe uma coletânea de pequenos livros-dobraduras. Integram o projeto os repórteres fotográficos Eduardo Seidl, Camila Domingues, Cristiano Sant"Anna, Joana França e Mateus Bruxel. O coquetel de lançamento tem entrada franca e os livros estarão à venda no valor de R$ 60.
A proposta do Fotodobras" é desvendar o cenário urbano em uma narrativa própria para ser aplicada em uma página frente e verso de tamanho A3 que, dobrada, resulta em um livro de oito páginas. O box contém cinco narrativas fotográficas, cada uma assinada por um fotógrafo. Este é o primeiro projeto da Beira viabilizado por financiamento coletivo, através do site Catarse. Foram 45 dias de campanha para atingir o valor do orçamento, totalizado em R$ 11.341,09. Com 168 apoios, o projeto ultrapassou o esperado e atingiu 108% do valor inicial.
O fotógrafo Eduardo Seidl, que também é professor da Famecos, classifica o resultado como um sucesso devido à aceitação do público. Segundo ele, o Fotodobras é um projeto ousado. "Além de não ter a costura tradicional de um livro, ele propõe uma história unicamente em imagens. É uma provocação para o leitor lidar com essa forma de narrativa diferente do que está acostumado", diz. Sobre a sua narrativa fotográfica, o professor conta que editou um ensaio feito por ele durante quase três anos, no período em que trabalhou no Correio do Povo. "São fotografias feitas entre 6h e 8h, procurando os primeiros raios de luz e o começo da movimentação das pessoas no Centro de Porto Alegre. É um olhar poético e subjetivo sobre o início do dia e uma forma de ver o sincronismo dos movimentos", relata.
O fotógrafo Mateus Bruxel trabalhou com as margens do urbano da capital, e Camila Domingues justapôs abundância e desperdício na distribuição de elementos. Cristiano Sant"Anna garantiu o registro rudimentar e documental do gueto invisível de São Paulo através de pinholes (câmera artesanal), e Joana França explorou a textura urbana ao catalogar a arquitetura de Brasília.
A Beira é um novo coletivo editorial que aposta na circulação da fotografia, na pesquisa de novas formas de financiamento e na realização de edições independentes.

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