A educação na imprensa brasileira

Pesquisa revela que a imprensa prefere notícias sobre educação superior à educação infantil

Algumas conclusões da publicação A Educação na Imprensa Brasileira foram apresentadas ontem pelo secretário-executivo do MEC, Jairo Jorge da Silva. A Agência de Notícias dos Direitos da Criança (Andi), em parceria com o Ministério da Educação e com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), coordenou a pesquisa, relativa ao período 2004-2005. Foram analisados 5.362 textos jornalísticos de 57 jornais e concluiu-se que a imprensa brasileira prefere notícias sobre educação superior à educação infantil, e boa parte das reportagens sobre o tema privilegia a opinião do setor público.


O texto deu subsídios para as discussões do seminário nacional A Educação na Imprensa Brasileira: Responsabilidade e Qualidade da Informação, realizado em maio, em São Paulo. Na primeira parte da pesquisa foi feita uma avaliação dos resultados. Na segunda, uma análise da cobertura jornalística. O objetivo é estimular o debate para melhorar a qualidade dos textos publicados na imprensa brasileira sobre educação. Segundo a Andi, no período 1999-2004 houve aumento de notícias sobre ensino infantil e médio, mas este ano, o ensino superior foi o mais citado (33,4%).


O grupo de consultores da pesquisa aponta como um dos fatores para o predomínio do ensino superior a cultura nacional, que valoriza os anos universitários e a atividade profissional. Cerca de 70% dos textos cobriram um ou mais níveis de ensino formal. Desse total, a maioria fez referência ao sistema público (52%). Em 63% das matérias, constata-se que a abordagem se restringiu ao universo educacional e não fez conexões com outras temáticas nem inovou na reflexão. Os temas menos enfocados foram educação de jovens e adultos (1,8%); educação indígena (0,4%) e formação de professores (0,4%). As matérias geralmente citam pessoas do setor público (MEC e órgãos do executivo federal, estadual e municipal), que representam 22,7% das fontes.


Em relação à pesquisa de 1999, representa um avanço. Na época, essas fontes representavam 37%. Os jornalistas passaram a consultar alunos, professores e as próprias instituições educacionais. A pesquisa também constata que aumentou o número de notícias sobre educação nos últimos anos, a ponto de ter se tornado a pauta social mais veiculada nos jornais do país.

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