CNJ pede explicações sobre censura a jornal

Corregedor alerta que inicialmente ação correrá sob sigilo

O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilson Dipp, declarou que pedirá informações ao desembargador que impôs censura a noticiário do jornal O Estado de S.Paulo. Por decisão proferida por Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), o diário paulistano está proibido de veicular informações sobre a "Operação Boi Barrica", que apura possíveis irregularidades de Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP).

O pedido para apuração da conduta do magistrado foi feito na última segunda-feira, 3, pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). Com as informações em mãos, Dipp decidirá se abre ou não processo contra o desembargador do TJ. "Estou examinando. Certamente, vou pedir as informações pertinentes. É uma reclamação disciplinar que vai correr inicialmente sob sigilo, como ocorre com todas as reclamações disciplinares. Eu não posso me manifestar (sobre o caso) porque sou o relator", disse o ministro.

Caso sejam encontradas irregularidades na ação contra o Estadão, o desembargador poderá sofrer punição que varia desde uma simples advertência a aposentadoria compulsória. Dipp informou ainda que, mesmo com a ampla repercussão do caso, não será dado nenhum privilégio a esse processo em detrimento aos inúmeros do CNJ. Na representação que apresentou, Virgílio alega que o desembargador favoreceu o filho do presidente do Senado na ação. Segundo o senador, Dácio seria amigo da família Sarney, o que o impediria de julgar o caso contra O Estado de S.Paulo. A informação é do jornal O Globo.

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