Entidades querem envolver sociedade na luta pela liberdade

Para ARI e Sindicato dos Jornalistas, plena liberdade de imprensa depende da participação cidadã

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado nesta sexta-feira, 3, deve ser um momento de reflexão não só para os profissionais da área, alerta a Associação Riograndense de Imprensa (ARI). A entidade aproveitou a data para reafirmar princípios e o compromisso com a liberdade de imprensa, razão de sua existência, e exigir "postura vigilante da sociedade, como forma de evitar a violência contra jornalistas, que se mostra cada vez mais crescente". "O compromisso de preservar e lutar pela liberdade não é apenas da categoria, mas de todo o cidadão", defendeu o presidente da entidade, João Batista Filho, em entrevista ao Coletiva.net.
A queda nos índices de liberdade de imprensa no Brasil é apontada pela pesquisa Freedom House. A razão, conforme o levantamento, estaria no número de jornalistas assassinados no País, durante o ano passado: foram seis. Para Batista Filho, diversos são os fatores que ameaçam o trabalho da imprensa, no entanto, ele acredita que apenas a consciência e o convencimento de punição podem freá-los. Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado, José Nunes afirma que o principal risco sobre a liberdade de imprensa não é governamental.  Para ele, "a regulação se faz necessária para maior liberdade de imprensa". "Nesse jogo de poder, trabalhador contra donos dos meios de comunicação, quem sofre é o cidadão. O resultado é uma sociedade que não está sendo defendida", acrescenta.
É à ausência de regulação efetiva que Nunes credita os crimes cometidos contra a categoria. "É preciso a regulamentação dos artigos relacionados à comunicação e a aprovação de um marco regulatório de verdade. Por falta desses fatores, profissionais sofrem com uma série de problemas, ameaças?", afirma Nunes, ao citar como um exemplo próximo o do jornalista Alex Manchini, agredido em Panambi. O presidente da ARI destaca ainda a necessidade de união da categoria, para combater as instituições que "insuflam a sociedade contra a imprensa. "Somente no dia em que a sociedade aceitar as opiniões contrárias, a liberdade de imprensa terá seu exercício pleno", afirma Batista Filho.

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