Flávio Alcaraz Gomes apresentou na manhã de hoje a última edição de seu Guerrilheiros da Notícia pela Rádio Guaíba AM, da qual cobra na Justiça vínculo empregatício retroativo a 15 de novembro de 1998. Flávio, 80 anos, não comentou no ar a pendenga com a emissora, mas encerrou seu programa enigmático, deixando para seus ouvintes um famoso verso de Mario Quintana: "Eles passarão, eu passarinho". Em seguida, deu bom dia e encerrou o programa. Antes de deixar o prédio da companhia, despediu-se de seus colegas da Guaíba, onde atua desde 1944.

Na primeira audiência do caso, na terça-feira, ficou acertado entre as partes que, caso o Grupo Record, que adquiriu os veículos da Companhia Jornalística Caldas Júnior, não propusesse um acordo até esta data, o contrato do jornalista com a empresa seria rescindido, por infração do empregador. Para todos os efeitos, Flávio agiu como se a relação com a emissora estivesse encerrada.

O comunicador permanece, em princípio, no grupo, já que assina uma coluna diária no Correio do Povo. O editor Telmo Flor revelou a Coletiva.net não ter recebido nenhuma orientação diferente em relação à participação de Flávio no veículo. O colunista, por sua vez, contou que já entregou à redação do jornal os textos para sábado, domingo e segunda-feira. Os fãs do jornalista podem acompanhá-lo ainda na versão televisiva de Guerrilheiros da Notícia, que vai ao ar pela TV Pampa, diariamente, às 13h. "Rádio não vou fazer por enquanto", anunciou.

Sua saída da Guaíba acarreta em mais uma mudança na grade da rádio, que já havia sido alterada para receber Rogério Mendelski, o que provocou o descontentamento de Flávio. Ainda não foi batido o martelo, mas, em princípio, o programa Agora, apresentado por Joabel Pereira logo após o Guerrilheiros, terá seu período de duração encorpado, ocupando toda a faixa das 9h10min até as 11h.