Ao divulgar trechos do depoimento de Lair Ferst ao Ministério Público Federal, a deputada Estela Farias (PT), presidente da CPI da Corrupção instalada na Assembleia Legislativa, revelou também uma parte em que quatro jornalistas são acusados de plantadores de notícias contra o lobista em suas colunas, a mando do governo do Estado. A deputada considerou que este trecho do processo não é sigiloso e entregou o documento aos repórteres, ontem à tarde. Os jornalistas citados são Fernando Albrecht, José Barrionuevo, Políbio Braga e Rogério Mendelsky.

A Rádio Band AM tratou do assunto com detalhes, tomando o cuidado de ouvir os quatro profissionais envolvidos. Enquanto Oziris Marins entrevistou ao vivo o colega Fernando Albrecht, outro repórter da Band, Filipe Peixoto, ouviu os demais jornalistas. Renato Martins, diretor de Jornalismo da emissora, disse hoje a Coletiva.net que "ouvir os envolvidos em um processo como este faz parte da política da Band, que procura atuar com transparência e credibilidade. Tratamos o assunto com a maior seriedade, embora tenhamos observado que outros fizeram festa para queimar os colegas".

Na matéria realizada pelo repórter Filipe Peixoto, os quatro jornalistas citados no depoimento do lobista envolvido na fraude milionária do Detran se defenderam das acusações. Fernando Albrecht, colunista do Jornal do Comércio e participante da bancada do Jornal Gente, da própria Rádio Band, disse que ignorou um antigo dossiê contra Lair Ferst. "Ignorei, pois vi que o dossiê não tinha assinatura de ninguém", declarou.

Rogério Mendelsky, jornalista do Grupo Record e ex-colunista do jornal O Sul, afirmou que a intenção de Lair Ferst deve ter sido a de ferir a honra dos jornalistas. "Não me surpreende, porque o senhor Lair Ferst está atirando pra tudo que é lado", disse Rogério. Políbio Braga, que possui um site de notícias e é colunista do jornal O Sul, tratou o assunto com ironia e brincou dizendo que realmente recebia propina do governo, "um total de 100 mil dólares por mês, que peço sempre que seja depositado no exterior". Barrionueno, ex-colunista do jornal Zero Hora, foi o único que não quis gravar entrevista. Ao repórter, disse que há cinco anos não atua mais como jornalista, trabalhando atualmente com marketing de imagem.

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