Record acusa que RBS quer cargos de poder no Estado

Sem citar nomes, editorial no Correio do Povo critica candidatura de nomes conhecidos na mídia

Sob o título 'As urnas e os conluios', o editorial do Correio do Povo desta sexta-feira, 11, acusa que o Grupo RBS quer alcançar o poder do Estado, através de cargos políticos nas esferas Legislativa e Executiva. Ainda que não cite o nome da concorrente, o alvo evidente é a empresa da família Sirotsky, da qual, nas últimas semanas, afastaram-se para concorrer ao próximo pleito os jornalistas André Machado e Lasier Martins. O texto, que reflete a opinião do Grupo Record, acusa a concorrente de lançar como candidatos "nomes cujas maiores credenciais não estão ligadas a um passado de ações administrativas ou gerenciais, como seria de se esperar, mas apenas ao fato de terem uma visibilidade perante ao público leitor ou telespectador, propiciada por seus patrões na mídia".
O editorial ainda critica o fato de que figuras conhecidas disputem eleições e, embora reconheça que qualquer pessoa pode postular um mandato ou cargo público, afirma que "isso não pode ser uma ação orquestrada" por uma corporação empresarial. "O Rio Grande do Sul já viveu recentemente um episódio dessa natureza e as consequências não foram boas nem recomendáveis, quando um grupo de comunicação chegou ao centro do comando do Estado. Agora, o mesmo grupo parece estar tentando repetir a dose, de forma ainda mais ampla, disponibilizando com alarde seus nomes no espectro partidário com vistas às vindouras eleições, buscando ocupar cargos-chave em diversos setores estratégicos do Executivo e do Legislativo", registra o texto. Ao fim, sugere que a população gaúcha avalie a situação com criticidade. "O Rio Grande do Sul já cometeu esse engano e não precisa repetir o erro", defende o editorial.
Nas redes sociais, a Record RS foi respondida por André Machado, que será candidato a deputado federal. Em seu perfil no Twitter, o jornalista afirmou que atendeu a um convite do partido, não da RBS, seu antigo empregador. Ele ainda reforçou: "É decepcionante quando uma disputa empresarial atropela as pessoas em nome da competição. O projeto político que integro é o do PCdoB".
Provocados por Coletiva.net, os grupos Record RS e RBS não quiseram se manifestar sobre o assunto.

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