A apresentação do Relatório das Atividades da Diretoria Executiva da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), relativo ao exercício de 2010, quando a entidade completou o seu 75º aniversário de fundação, marcará a assembleia geral que a entidade realizará nesta quinta-feira, 28. O ano foi marcado pelas comemorações da data, com uma série de eventos "tendo como ponto básico a relevância do papel exercido pela ARI no contexto das entidades e instituições em atividade no Rio Grande do Sul", como ressaltou o presidente Ercy Torma. Em 12 solenidades de entrega de prêmios ou concursos jornalísticos foram reunidos mais de 1.500 profissionais e convidados, enquanto em outros 25 eventos culturais foram registrados 2.500 participantes.
O relatório registra que em 2010 ocorreram 34 eventos em que o direito à liberdade de expressão foi ferido, sendo preocupante a quantidade de situações geradas a partir de iniciativas do Poder Judiciário. "É motivo de especial alarme que entre tais eventos se observe um aumento de decisões judiciais proibindo jornais de publicar reportagens sobre determinados temas ou com certo tipo de conteúdo, em período eleitoral ou não." Em contrapartida, o Brasil viveu um momento excepcional em investimentos publicitários. Levantamento da consultoria Nielsen indica que o país obteve uma alta de 50,2% nos gastos com publicidade no primeiro semestre de 2010, em comparação com o mesmo período de 2009.
O relatório também lembra personagens importantes que faleceram ao longo do ano, como Sabino Câmara, 79, que participou do lançamento do ZH Classificados e foi coordenador de arte final do setor; Marlene Sirotsky, 72, advogada e jornalista, esposa do presidente emérito do Grupo RBS, Jayme Sirotsky; Jader Moreci Teixeira, o Leonardo, 71, cantor, compositor, músico e radialista; Paulo Moura, o Mourinha, 80, jornalista, subeditor de Esportes do Correio do Povo; Luiz Paulo Ruschel Daudt, 59, jornalista e assessor de imprensa; Hugo Hoffmann, 78, publicitário e jornalista; Salomão Kirjner, 85, jornalista e assessor de imprensa; e Ricardo Espinosa Kurtz, o Ricardo Barão, 56, radialista, pesquisador e produtor musical.
O documento espelha a dimensão do trabalho voluntário desenvolvido pelos dirigentes da ARI, buscando o relacionamento e a integração com as demais entidades e associações de classe, além de destacar-se como importante elo entre os diversos segmentos representativos da comunidade gaúcha. O exercício se encerrou com um cadastro de cerca de 3.400 associados, dos quais em torno de 450 estavam em dia com suas obrigações estatutárias. A entidade desenvolveu mecanismos que buscam a recuperação dos sócios que se afastaram ao longo dos últimos anos. Entre estas ações, estão convênios de assistências médica, psicológica e odontológica, bem como de auxílio funeral e de seguro de vida em grupo.
O ponto negativo é o fato de que a entidade chegou ao final do exercício de 2010 sem recursos financeiros em caixa, diante das dificuldades de identificar novas fontes de arrecadação. "A situação difícil não foi exclusividade da ARI, mas preocupação que atingiu de forma generalizada as entidades de classe, que sentem rapidamente os momentos de dificuldades de seus associados. Embora a carência financeira, o ano foi concluído sem dívidas de curto prazo, pois todos os valores devidos foram saldados dentro dos prazos fixados", registra o documento.