O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, que matou mais de 230 jovens, vem pautando a imprensa durante toda a semana. Nesta quarta-feira, 30, o colunista Fernando Albrecht, do Jornal do Comércio, levantou a questão da cobertura de tragédias por parte dos jornalistas. A sugestão foi direcionada à Associação Riograndense de Imprensa (ARI): "Quando a poeira baixar, a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) bem que poderia montar um cavalo encilhado para fazer um debate com jornalistas, veículos e assessorias sobre o que foi certo e o que foi errado na cobertura do incêndio na boate Kiss", escreveu.
Ouvido por Coletiva.net, o presidente da entidade, Batista Filho, disse que considera um debate como este fundamental e adiantou que a ARI se coloca à disposição para promover o evento junto com autoridades, o poder público, a sociedade e as demais entidades representativas. "Todos temos responsabilidades com o próximo. É uma vontade nossa fazer esse debate e, particularmente, tenho recebido algumas ligações com a mesma ideia, mas a iniciativa precisa partir da vontade coletiva de tocar no assunto", ponderou Batista.
Ele salientou que, em nota oficial, a ARI já havia se manifestado sobre a tragédia, inclusive sobre essa ideia, algumas horas após o acidente em Santa Maria. "Já pensávamos nisso, pois isso tudo nada mais é do que resultado da ganância e de interesses não justificados", destacou. Para o presidente, a imprensa está tendo papel muito importante na repercussão dos fatos. "Claro que há erros lamentáveis, fruto do despreparo de alguns profissionais ao usarem certas ferramentas da mídia", disse, para completar em seguida: "O conjunto do trabalho dos jornalistas é positivo, pois o fazem com emoção, mas sem sensacionalismo".