Correio do Povo traz entrevista exclusiva com Papagaio

Jornalista Luciamen Winck conversou com o detento no Instituto Penal Irmão Miguel Dario

Um dos mais conhecidos assaltantes de bancos e de carros-fortes do Rio Grande do Sul é destaque na capa do Correio do Povo desta quinta-feira. A repórter Luciamen Winck, acompanhada pelo fotógrafo Diego Vara, conseguiu uma entrevista exclusiva com Cláudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, conhecido pelos gaúchos por ter sido o único a fugir da Penitenciária de Alta Segurança de Charquedas (Pasc). A jornalista conversou com o detento na última quarta-feira, no Instituto Penal Irmão Miguel Dario, em Porto Alegre, onde ele cumpre pena no regime semi-aberto. Além de relatar passagens de sua vida, o criminoso contou os planos que tem para o futuro e disse ter se arrependido de ter protagonizado momentos de horror e desespero para suas vítimas.


Luciamen revelou que sempre teve curiosidade de falar com Papagaio e que seu faro jornalístico previa uma boa matéria. "Entrei em contato com a advogada de Papagaio, Maria Helena Viegas, e ele aceitou falar. Para obter a entrevista, também peguei uma autorização com o superintendente da penitenciária, Bruno Trindade. Marcamos a data da conversa, mas Papagaio desmarcou porque tinha medo do resultado da matéria e não queria expor mais ainda a família, pois o filho de nove anos teve que trocar duas vezes de colégio em 2007 por carregar o estigma de ser filho de bandido. Papagaio sabe que é bandido, mas temia abrir a torneira da humilhação para a família dele", relata.


A repórter afirmou que saiu emocionada da penitenciária. "Ele me chamou para desmarcar a conversa e disse que não daria a entrevista, pois estava decidido a nunca mais falar com repórter, mas fui conversando e, de repente, ele pediu para pegar o gravador. No final, saí comemorando a pauta e, ao mesmo tempo, muito emocionada porque foi uma volta ao passado. Comecei na editoria policial e há décadas eu não tinha essa rotina de presídios e detentos, pois agora atuo como repórter da Geral. Estou radiante de alegria e felicidade com o feito. Jornalismo é isso, é uma doença que não tem cura e que mata a gente de euforia", disse ela. Luciamen revelou a Coletiva.net a mensagem que recebeu de Papagaio, através de sua advogada, após a publicação da matéria. "Confesso que aceitar dar a entrevista até a mim surpreendeu, pois estava decidido a nunca mais conceder entrevistas. Tem coisas que só Deus explica", dizia o texto.


 

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