Fenaj quer lançar Comissão Memória, Verdade e Justiça

Grupo deve ser criado em janeiro e terá o objetivo de apurar a perseguição à imprensa durante a ditadura militar

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) deve lançar em breve uma Comissão Memória, Verdade e Justiça. Com o objetivo de apurar a perseguição à imprensa durante a ditadura militar, a entidade pretende oficializar o grupo em janeiro do próximo ano. "Pela primeira vez, vamos montar um acervo a partir do olhar dos jornalistas. Eles contarão a sua história desse período", disse o presidente da Fenaj, Celso Schröder, à Folha de S.Paulo.
Casos de censura, impedimento ao trabalho de jornalistas, prisões, torturas, mortes e desaparecimentos de profissionais da comunicação no período (1964-1985) terão a atenção da comissão. "Embora os casos mais dramáticos já estejam relatados em sua maioria, achamos que é possível ampliá-los. E vão aparecer mais casos de tortura, censura e violência contra jornalistas desse período", acrescentou Schröder.
Para o levantamento, os 31 sindicatos da categoria no País - 27 estaduais e quatro municipais - deverão ser acionados, a fim de auxiliar na coleta de documentos e relatos em seus Estados. A iniciativa também contará com assessoria de uma empresa especializada em pesquisa de documentos, para reunir o material em um relatório. Esse será encaminhado à Comissão Nacional da Verdade, em agosto.

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