Jornalistas gaúchos querem piso salarial igual ao do Paraná

Remuneração paranaense é 44% superior à praticada no Rio Grande do Sul, apesar de semelhanças na economia dos dois estados

Em reunião pela negociação coletiva deste ano, o Sindicato dos Jornalistas do Estado (SindJors) pediu a equiparação salarial da categoria aos profissionais do Paraná, onde o piso é de R$ 2.464,00. O valor é 44% maior que o recebido pelos gaúchos e, a partir de outubro, passará a ser 54% superior. Os dois estados têm economia e PIB semelhantes, informação que foi utilizada pelo SindJors para demonstrar a desvalorização dos jornalistas gaúchos. Também integraram a pauta do encontro com os sindicatos patronais temas como reajuste e Programa de Participação nos Resultados (PPR).
Conforme o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Ricardo Franzoi, que participou da reunião, se mantido o cenário dos últimos cinco anos, o piso da categoria no Rio Grande do Sul deve se igualar ao salário mínimo em 15 anos. Como sete meses do ano possuem 31 dias e os jornalistas só recebem por 30, O SindJors solicitou abono de cinco dias por ano para os jornalistas, já descontados os dois dias de fevereiro. Os representantes dos sindicatos patronais, no entanto, argumentaram dificuldade em conceder folga, pois outras categorias que prestam serviço aos veículos de comunicação também teriam que recebê-lo.
Sobre o PPR, o sindicato patronal afirmou que vai estudar a possibilidade de incluir a cláusula na convenção coletiva e defendeu que seria impossível para que veículos do Interior colocar o benefício em prática. Também foi tratado sobre a liberação de dirigentes sindicais que trabalhem em veículos que não tenham sede em Porto Alegre. A reivindicação busca aproximar a entidade dos profissionais do Interior. Os representantes das entidades patronais pediram o prazo de duas semanas para se posicionarem sobre os temas debatidos até então.
Ainda nesta quinta-feira, 19, deve ser agendada a próxima reunião de negociação. Para o presidente do SindJors, Milton Simas, o que ocorreu até agora "foi uma ?negocianão?, pois estamos recebendo apenas negativas. Mesmo se comprometendo a fazer uma proposta a diversos itens, os empresários demonstram contrariedade em valorizar os jornalistas".

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