Chegou ao fim a gestão de José Maria Rodrigues Nunes à frente do Sindicato dos Jornalistas. A partir desta quinta-feira, 1º de agosto, Milton Simas assume o seu lugar, enquanto Nunes passa a atuar como diretor da entidade. O sentimento após seis anos na presidência (as duas últimas gestões), conforme ele garante, é de tranquilidade. "Encerro uma longa etapa com a sensação de dever cumprido, mesmo reconhecendo que muitas coisas ainda precisam ser feitas. Em linhas gerais, conseguimos cumprir tudo aquilo a que nos propusemos em 2007, na primeira eleição que ganhamos", afirmou ao Coletiva.net. Nunes recordou que, ao assumir o comando do sindicato, havia problemas, inclusive de ordem financeira. Por isso, se orgulha de ter sanado os números negativos.
Entre as conquistas destacadas, o presidente citou também o aumento no número de sócios e a mobilização para o retorno de jornalistas que estavam afastados do sindicato e voltaram a participar. Ainda como balanço das últimas gestões, Nunes considera que conseguiu minimizar a imagem da entidade como sendo partidária, apesar de reconhecer que muitos ainda fazem esta relação. "Desde o início lutei para desvincular as duas coisas. Costumo dizer que o sindicato precisa usar dos partidos políticos, mas nunca o contrário, sob pena de deixar a categoria de lado", ponderou.
Para o jornalista, a grande luta dos últimos anos foi a mobilização pela defesa do diploma. Segundo ele, a categoria sentiu muito a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que extinguiu a necessidade de ensino superior para exercício da profissão. "Sofremos com isso, mas no momento de se unir para reverter a decisão, a entidade mostrou força. E isso foi decisivo na vitória no Senado", refletiu, em referência à aprovação da PEC do Diploma, que determina o retorno da sua obrigatoriedade. Nunes ainda concluiu a afirmação se dizendo convicto de que isso será superado e que essa vitória é apenas questão de tempo.
Após recordar e salientar as conquistas, ele ainda alertou para ações que o sindicato precisa dar mais atenção daqui para frente. Uma delas é a de colocar na categoria um sentimento de consciência profissional, de saber o seu valor, lutar mais pela atividade. "Infelizmente, nós não nos defendemos, não somos corporativistas - o que nesse caso não seria ruim essa postura. Os poucos aumentos que conseguimos todo ano, no acordo coletivo, são do tamanho da força que a categoria tem. Por outro lado, confio que essa força vai ser maior a cada dia, precisamos de todos engajados", convocou.
A posse da nova diretoria, liderada por Milton Simas, está marcada para as 11h desta quinta-feira, no auditório da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg - Rua dos Andradas, 1270 - 13º andar).