Morre o crítico Tuio Becker

Jornalista e crítico de cinema faleceu na madrugada desta sexta-feira

O jornalista Tuio Becker, crítico de cinema e também cineasta, morreu na madrugada desta sexta-feira, 2, aos 64 anos. Há alguns anos, ele vinha sofrendo do Mal de Alzheimer. O corpo de Tuio está sendo velado no Cemitério São Miguel e Almasm, onde será sepultado às 16h.


Tuio trabalhou nas redações do Correio do Povo, Folha da Manhã e Zero Hora, até aposentar-se, em agosto de 2001, quando passou a dedicar-se integralmente à sua atividade preferida: ver filmes. Uma das suas últimas atividades profissionais foi como diretor do Instituto Estadual de Cinema, da Secretaria Estadual da Cultura (Iecine), em 2003. A jornalista Maristela  Bairros, que foi sua colega de redação, registra em sua coluna de hoje em Coletiva.net: "Tuio era muito mais que um editor, ou coordenador de produção ou algo do gênero. Era um vivenciador do cinema.  Sua visão do mundo passava pelo filtro do cinema. Crítica, aguda, divertida, rica em detalhes, em pesquisa numa época em que não havia a muleta da internet".


Profundo conhecedor de cinema, Tuio respondia, de memória, a qualquer pergunta que o fizessem sobre filmes de todos os tempos. "Lembrava o nome de obscuros diretores, descrevia cenas, lembrava da atuação de atores coadjuvantes, amava o cinema sobre todas as coisas", disse em seu blog a jornalista Rosane de Oliveira, que foi sua colega no Correio do Povo, no final da década de 80.


Sublime Obsessão, oitavo volume da coleção Escritos de Cinema, editada desde 1996 pela Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, reuniu em livro uma seleção de textos publicados por Tuio Becker ao longo de sua carreira na imprensa gaúcha.


Tuio nasceu em 8 de agosto de 1943, em Santa Cruz do Sul. Começou a publicar seus primeiros textos em 1961, com apenas 17 anos de idade, ainda em sua cidade natal. Em 1963, mudou-se para Porto Alegre e em 1966 ingressou na Faculdade de Arquitetura da Ufrgs. Embora tenha concluído o curso, no início da década de 1970 trocou definitivamente a Arquitetura pela crítica cinematográfica.

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