Qualidade da cobertura jornalística é tema de livro

‘Mídia e Direitos Humanos’ foi lançado em Brasília

Foi lançado ontem, em Brasília, o livro ?Mídia e Direitos Humanos?, que se propõe a uma análise da cobertura jornalística em relação aos direitos humanos. A publicação é resultado de estudo feito por jornalistas, professores e representantes de importantes instituições, baseado em pesquisa realizada pela Andi (Agência de Notícias do Direito da Infância), que analisou 1.315 textos, entre reportagens, artigos, editorias e entrevistas, veiculados nos meios de comunicação do Brasil, no período de 2004.

Segundo a pesquisa, a maioria dos destaques, em relação a violência, está relacionada à falta de segurança, e não à sua causa. O levantamento levou em conta apenas os materiais que mencionavam a expressão "direitos humanos" ou palavras similares, como "cidadania" e "direito". Cerca de 25% dos textos analisados estavam relacionados com segurança, guerra, violência e conflitos armados. Já fome, pobreza, exclusão e desigualdade apareceram em apenas 2,6%.  A educação foi assunto de 2,2% e renda, trabalho e desemprego foram citados em 1,1%.


Para Veet Vivarta, secretário-executivo da Andi, "o livro é o primeiro estudo realizado a fundo no Brasil, sobre a qualidade da cobertura da mídia em relação aos direitos humanos". Ele afirma que a análise foi pautada em elementos concretos: "é uma radiografia que pretende dar base para debater o assunto". O livro traz ainda elementos de apoio ao trabalho do jornalista, como um banco de fontes de informação, um glossário com os principais termos usados na área e uma referência bibliográfica. Ele será distribuído pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, parceira na realização da obra.


Participaram da publicação o professor de Direito Fábio Comparato, o jornalista Caco Barcellos, a jornalista Eliane Brum e a socióloga Maria Benevides, entre outros.

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