A partir das 14h desta quarta-feira, 1°, o Superior Tribunal Federal (STF) vota matérias sobre a Lei de Imprensa brasileira e a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão. No ano passado, o STF suspendeu 20 dos 77 artigos da Lei de Imprensa, atendendo ao pedido do PDT, que a considerava retrógrada. Hoje, os dispositivos devem ser julgados em definitivo. Quanto à questão do diploma, o ministro do STF Gilmar Mendes deverá dar parecer sobre a ação que questiona a sua obrigatoriedade para o exercício da profissão. Desde 2007, uma liminar, concedida pelo próprio ministro, dá aos profissionais de imprensa que já atuavam sem o registro no Ministério do Trabalho (MTB) o direito a exercer a função.

Apesar do tema em pauta na mídia ser o jogo desta noite da Seleção brasileira, o assunto que influencia diretamente os profissionais de comunicação do país foi destacado na edição de hoje dos jornais gaúchos. O Jornal do Comércio dedica quase uma página para tratar da votação do STF e das mobilizações em prol do diploma. O Correio do Povo também publicou nota sobre a passeata de jornalistas, estudantes e sindicalistas, que ocorreu nesta terça-feira.

Já Zero Hora e O Sul trazem artigos sobre a questão. ZH publica textos assinados pelos presidentes da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade, e da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Judith Brito. Jayme Copstein, de O Sul, assina a coluna "Pela dignidade do diploma", onde relata: "(?) me sinto perplexo por ter de assistir, hoje, o Supremo Tribunal Federal gastar tempo de seus ministros e recursos da Nação, para decidir se o Brasil volta lá para trás, cassando a dignidade da profissão de jornalista, cujo exercício, também após décadas de luta, tornou-se prerrogativa de portadores de diploma universitário específico."

Em entrevista a Coletiva.net, o diretor de Redação do CP, Telmo Flor, disse que sua expectativa é a de que o STF reconheça a necessidade de formação superior. "A principal razão para isso é a de que a sociedade merece um jornalismo de qualidade, que, hoje, só é feito devido ao advento do diploma", disse. O editor de O Sul, Elton Primaz, acredita que a manutenção do diploma será aprovada. "Acho que toda essa mobilização feita no País deve ter sensibilizado os ministros. O diploma é necessário, sim! Se um advogado acha que sabe escrever e, por isso, resolve ser jornalista, ele deve fazer uma faculdade para exercer a profissão", afirmou.

O Portal Imprensa faz, neste momento, uma enquete que questiona: "Na sua opinião, é necessário o diploma de Jornalismo para o exercício da profissão?" Até às 12h35, o site registrou 7204 votos. Desses, 63% (4503) são a favor e 37% (2701), contra.