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Demissões de jornalistas bateram recordes nos Estados Unidos, e os jornais perdem mais leitores

Nos dois primeiros meses deste ano, as demissões de jornalistas bateram recordes nos Estados Unidos. Segundo o portal Observatório da Imprensa, em menos de 60 dias foram anunciadas quase 500 demissões de jornalistas em pelo menos cinco grandes jornais dos Estados Unidos. Nestas publicações, as receitas publicitárias caíram cerca de 7% no ano passado, a maior queda desde 2001.   


O The New York Times anunciou, no início de fevereiro, a demissão de 100 repórteres, editores, correspondentes e fotógrafos, reduzindo em quase 8% o efetivo total de jornalistas, que passa a ser de 1.220 profissionais - a maior de todas as redações de jornais nos Estados Unidos. Poucos dias antes do anúncio do corte do Times, a rede de jornais Tribune também admitiu que quase 150 empregos serão eliminados nas redações de publicações controladas pelo grupo, como o Chicago Tribune e o Los Angeles Times, respectivamente o segundo maior jornal dos Estados Unidos e o maior da costa oeste do país.   


De acordo com o site, esta é a maior crise de mão-de-obra na história da indústria de jornais dos EUA. As demissões se acentuaram desde 2006, quando o número de profissionais dispensados foi 88% maior do que no ano anterior. Os jornais alegam que estão pagando o preço da migração publicitária para a Web e dos custos crescentes na produção de material jornalístico de atualidade, especialmente nas coberturas internacionais. 


Conforme dados da Associação de Jornais dos Estados Unidos (Newspaper Association of América), descontado o efeito da inflação, a receita líquida dos jornais norte-americanos é 20% menor do que no ano 2000. A entidade também admitiu que a circulação média dos jornais está em queda desde 2003 e que nos últimos dois anos a evasão de leitores chegou aos 40%.

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