Empresas devem apostar nas classes C, D e E

Alerta é do publicitário Renato Meirelles, em palestra no "Meeting do Marketing da Federasul"

Para o publicitário Renato Meirelles, sócio-diretor da agência Avenida Brasil, as empresas que concentram seus esforços em fidelizar o consumo dos ricos e emergentes estão no caminho errado. Ele foi o palestrante do "Meeting do Marketing da Federasul", realizado ontem, 28, e, ao abordar o tema "Baixa Renda - Como conquistar o mercado que mais cresce no Brasil", declarou que  85% da população brasileira, pertencentes às classes C, D e E, é que são o grande motor da economia e movimentaram R$ 550 bilhões só no ano passado.


Segundo ele, o crescimento do crédito é um dos fatores que pode encontrar maior terreno para crescer, pois o endividamento do país corresponde a 37% do PIB, abaixo da média de países emergentes como a Rússia, com 52% ou Estados Unidos, com mais de 200% de seu PIB em endividamento. "Pessoas com renda de até R$ 1.500 mensais detêm 61% de todos os tipos de cartões de crédito usados no Brasil, e 53% deles pertencem aos jovens da classe C", aponta.


Meirelles comentou que o maior potencial de consumo dos próximos anos está na juventude: para cada adulto das classes A e B, existem 4,2 das classes D e E, sendo que, entre as crianças, essa proporção é de 10 crianças de baixa renda para uma das classes A e B. "Essa geração é que vai ditar o consumo até 2025", previu o palestrante, que explica que a chamada "Geração C" é diferente da de seus pais, apesar de possuir os mesmos valores. O executivo citou dados dos institutos Ipsos/Cetelem e da Avenida Brasil para apontar que 68,1% desses jovens consumidores têm escolaridade maior que a de seus pais.


Entre os "sonhos de consumo" para o próximo ano de tal segmento, estão a compra de carros (81,3%), computadores (59,1%), viagens internacionais (54,2%) e até montar um negócio (54,8%). Seus integrantes estariam pouco interessados em política, porém mais vaidosos, mais estressados e, principalmente, 91,7% mais consumistas que seus pais. No entanto, alertou, que o perfil de consumo e os valores morais das classes D e E são completamente diferentes das demais: "Enquanto os ricos compram um produto pelo desejo de exclusividade, a ?Geração C? os compra por inclusão".

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