Cinco perguntas para Luciano Mallmann

Publicitário contou experiência com cadeiras de rodas em espetáculo no Instituto Goethe

Luciano Mallmann | Crédito: Fernanda Chemale
1. Quem é você, de onde vem e o que faz?
Me chamo Luciano Mallmann, tenho 44 anos e sou de Cachoeira do Sul. Me formei em Publicidade e Propaganda na Famecos (PUC) e sou ator desde que me conheço por gente. Lembro que minha primeira peça de teatro foi aos cinco anos, no colégio. Aos 19, quando vim morar em Porto Alegre para fazer cursinho e faculdade, comecei a participar como ator em comerciais de TV e acabei fazendo teatro profissional aos 21. Hoje, estou em cartaz com "Ícaro", monólogo escrito por mim e dirigido pela Liane Venturella. Na peça, interpreto diferentes personagens cadeirantes que sofreram uma lesão medular como eu. Escrevi o texto baseado nas minhas experiências desde que me acidentei e inspirado em pessoas que conheci ao longo deste período.
2. Como você escolheu ser publicitário?
Sempre ouvia de todos que eu era muito criativo e, na hora de escolher a profissão que iria seguir, acabei optando pela Publicidade. Como grande parte das pessoas, imaginava que iria trabalhar na área de Criação. Na faculdade, descobri que existia uma área chamada Mídia, e acabei me apaixonando por esta função. Acho que foi culpa da Silvia Koch, que foi minha professora e que acabou me convidando para trabalhar no planejamento comercial de Zero Hora.
3. O que representa o espetáculo "Ícaro" na sua vida?
"Ícaro" é o maior projeto da minha vida e estou extremamente feliz pela repercussão que está tendo. Sempre acreditei que seria uma peça especial, mas nunca imaginei que as pessoas a receberiam de forma tão positiva e emocionada. Existe muita desinformação sobre lesão medular e "Ícaro" é a minha forma de contribuir na busca por avanços nesse sentido.
4. Por qual razão você decidiu contar sua experiência e de outras pessoas no palco?
Tenho algumas percepções sobre a minha deficiência que foram geradas a partir das minhas vivências.  Então, foi exatamente isso que eu quis trazer para o palco, porque acho importante destacar na peça o quanto nossa rotina é parecida com a de todas as pessoas. Espero que ela possa desconstruir mitos e preconceitos relacionados à vida sobre rodas de uma forma geral. Não somos heróis, muito menos coitadinhos. Se as pessoas saírem do teatro repensando suas opiniões, "Ícaro" terá cumprido sua função.
5. Quais são os seus planos para os próximos cinco anos?
Eu quero ainda estar fazendo "Ícaro", já ter viajado para muitos lugares no Brasil e também para fora do País. Já pensei até em me preparar para apresentar a peça em outros idiomas. Isso seria incrível. Na real, acredito, de verdade, que muita coisa bacana ainda irá surgir em função desse projeto, coisas que nem consigo imaginar. Quero ter sabedoria para conduzir o projeto da melhor maneira possível, que ele tenha vida longa e seja assistido por muita gente. Quem sabe já estar com um novo projeto em paralelo também.

Comentários