Brasil é um dos países que menos punem assassinos de jornalistas

Ranking, que coloca a nação na 10ª colocação, é elaborado pelo Comitê para Proteção de Jornalistas

México é o país com mais casos registrados no período analisado - Crédito: Banco de imagens/Canva

Lançado neste mês, o Índice de Impunidade Global 2023, elaborado pelo Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ), coloca o Brasil como uma das nações que menos punem os assassinos de jornalistas. De acordo com o ranking, o País se encontra na 10ª colocação. O índice leva em consideração os casos registrados de 1º de setembro de 2013 a 31 de agosto de 2023.

No Brasil, durante o período, foram constatadas 11 mortes de trabalhadores de imprensa e todas seguem impunes. A lista é encabeçada pela Síria, com 14 assassinatos não resolvidos, seguida pela Somália, com 11, e pelo Haiti, com seis. Completam o ranking, em ordem: Sudão do Sul (cinco), Afeganistão (18), Iraque (17), México (23), Filipinas (20) e Mianmar (cinco). Embora tenha o maior número de assassinatos, o país mexicano se encontra em sétimo lugar, pois as posições são organizadas proporcionalmente à população de cada território e não por dados absolutos.

De acordo com o levantamento, dos 261 assassinatos conectados ao trabalho jornalístico nos últimos 10 anos ao redor do mundo, 204 não tiveram nenhuma solução. Isso representa quase 80% dos casos registrados pelo CPJ. "Quando muito, chega-se aos executores, quase nunca aos mandantes. Essa situação é como um sinal verde para que jornalistas continuem pagando com a vida por trazer à tona temas de interesse público", afirma Cristina Zahar, coordenadora do programa do Comitê para a América Latina e Caribe.

Brasil

Em 2022, o Brasil ocupava o nono lugar do ranking, o que mostra uma evolução na colocação em relação ao último levantamento. No entanto, a situação ainda é preocupante, uma vez que o País figura no índice há 14 anos. Entre os casos brasileiros sem solução, estão os assassinatos dos jornalistas Pedro Palma, do Panorama Regional, em 2014, Ítalo Eduardo Diniz Barros, do Blog Ítalo Diniz, em 2015, e Givanildo Oliveira, do portal Pirambu News, em 2022. 

Muitos dos episódios registrados pelo CPJ se passaram em pequenas cidades do Norte e Nordeste, atingindo profissionais de pequenas empresas de Comunicação. "Somente com vontade política para implementar leis que protejam o exercício do Jornalismo, investigações eficientes por parte das autoridades policiais e atuação firme do Ministério Público e da Justiça, esse quadro vai mudar. Além disso, a sociedade precisa entender o valor da profissão para garantir a democracia", defende Zahar.

 

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