1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Hoje sou o diretor da Intensa, uma produtora de vídeos e um dos sócios-criadores do bar Justo, muito conhecido pela criatividade, gastronomia e por estar no Viaduto Otávio Rocha, mudando a percepção de segurança no Centro Histórico de Porto Alegre. Eu vim do nada. Sem sobrenome importante, da periferia, de escola pública e sem amigos influentes. Trabalho desde os 16 anos porque sempre precisei de dinheiro. Meu pai era mecânico e minha mãe, costureira. 

Já fui arte-finalista, desenhista, diretor de Arte, redator, designer, músico, fotógrafo e produtor cultural. Poucas vezes tive os recursos corretos para desempenhar algo, mas sempre entreguei além do esperado. Hoje, aos quase 42 anos, depois de acumular muitas experiências e finalmente com todos os recursos necessários, junto com minha equipe, fazemos chover.

2 - Por que optou pela Comunicação Social?

No final do ensino fundamental, por influência de alguns amigos, fui visitar escolas técnicas para conhecer. Me levaram na Escola Estadual Irmão Pedro, que tem cursos de Contabilidade e Publicidade. Um dos meus irmãos já havia cursado o superior de Propaganda e ele era um dos irmãos que eu mais me identificava. Antes de concluir o curso, eu já estava com alguns clientes.

Tive minhas crises com a Comunicação, principalmente trabalhando com grandes agências onde, algumas vezes, via o dinheiro do cliente indo pelo ralo em processos desnecessários. Mas não adianta, tudo que faço envolve a Comunicação. Minha psiquiatra que lute. A Comunicação que optou por mim.

3 - No final do ano passado, em balanço sobre 2023, você avaliou que foi um grande ano para a Intensa. Como está sendo 2024 até aqui?

Depois que passou o Carnaval, o grande ano veio (risada). Por exemplo, estamos produzindo, 'agorinha', uma série para a Pilecco Nobre com a Agência Matriz. A produtora Pitanga tem nos chamado para coproduzir diversos conteúdos para a Vero.

Tivemos um vídeo do nosso cliente The Waffle King, que foi uma superprodução, sendo veiculado naqueles painéis da Times Square em Nova Iorque. Cada vez atendemos mais e mais marcas grandes, mas com a mesma ideia de sempre: viabilizar projetos de baixo e médio orçamento com entregas incríveis.

4 - Para você, quais são os principais desafios da profissão?

Sem querer parecer arrogante, mas acredito que quem trabalha bem e com ética, sempre vai ter trabalho e a Comunicação ao seu favor. Na última conversa que tive com Coletiva.net, estava procurando um contato comercial que até agora não encontrei e, mesmo assim, não paramos de fechar bons negócios.

A nossa conduta e entrega fazem a nossa fama. Talvez outros empresários possam responder que os desafios do mercado de Comunicação são os 'sobrinhos' por aí que fazem tudo por um quarto do preço. Não acredito nisso. Não quero atender o cliente que faz esse tipo de comparação. Torço para que ele encontre o sobrinho dele e fique feliz.

Quero atender clientes que entendem o valor da Comunicação e o compromisso que temos com as nossas entregas. Acho que o maior desafio está por vir nos próximos anos ou até meses. Acredito que estejamos bem próximos das singularidades tecnológicas alertadas pelos teóricos onde a Inteligência Artificial vai se tornar imprevisível.

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Você consegue fazer esse tipo de plano? A vida é tão corrida. Falta tempo para tudo. Meu plano é daqui a cinco anos conseguir parar e fazer planos para os próximos cinco anos.