Circulação bate publicidade em receita de jornais

Relatório elaborado pela Wan-Ifra mostra que mercado movimentou US$ 179 bilhões em 2014

A circulação superou a publicidade como fonte de receitas para jornais no mundo, segundo o relatório divulgado pela Associação Mundial de Jornais e Publishers de Jornais (WAN-Ifra). Os diários movimentaram uma renda estimada de US$ 179 bilhões (R$ 569 bi) em 2014. Deste montante, US$ 92 bilhões (R$ 292 bi) provêm da circulação impressa e digital, enquanto US$ 87 (R$ 276 bi) bilhões vieram da publicidade, segundo informou a Folha de S. Paulo. No passado, 80% da receita vinham da publicidade em diversos mercados.
Apesar de representar ainda uma parcela pequena da receita dos jornais, a publicidade digital cresceu 8%, em 2014, e 59%, entre 2010 e 2014. Os principais beneficiários dessa tendência são Google (38% de toda publicidade digital) e Facebook (10%). Na publicidade nos jornais impressos, a América Latina continuou a ser a região que registrou a maior alta em 2014, de 4,86% em relação ao ano anterior, superando Oriente Médio e Norte da África (2,2%). Nas demais regiões do globo ela caiu.
A circulação impressa de jornais cresceu 6,4% em 2014, especialmente por causa da Ásia (onde cresceu 9,8%). O mercado da Índia é considerado o mais "saudável" para jornais impressos, com diversas publicações sendo lançadas a cada ano. Nos países desenvolvidos, a circulação impressa segue em queda.
A circulação digital paga aumentou 56% em 2014 e teve um aumento de 1.420% entre 2010 e 2014, período em que diversos jornais começaram a cobrar assinaturas de suas versões online. Das receitas com circulação, 93% ainda vêm das edições impressas. Segundo o relatório, elas ainda continuarão a ser a principal fonte de receitas por muitos anos. Ao mesmo tempo, jornais estão diversificando suas fontes, saindo do modelo dependente de publicidade e circulação para outros "multidimensionais".
O relatório considera dados de 70 países responsáveis por 90% do mercado de jornais no mundo, incluindo o Brasil, e também aponta que o futuro será dominado por celulares e tablets. O consumidor global já gasta quase 2,2 horas por dia com seus aparelhos móveis (97 minutos no smartphone, 37 minutos no tablet), 37% do tempo diário dedicado à mídia, à frente de TV (81 minutos), computador (70), rádio (44) e impresso (33). Pela primeira vez, o relatório mostrou que o tempo gasto diante do computador caiu.

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