O vereador Beto Moesch (PP), que já atuou como secretário do Meio Ambiente, acredita que o projeto de lei do vereador Idenir Cecchin (PMDB), que objetiva banir todos os outdoors de Porto Alegre, surgiu em consequência do abuso do próprio setor de mídia externa. Segundo ele, houve um termo de compromisso firmado com as empresas, quando era secretário, em que elas se propuseram a regularizar determinados pontos da cidade, mas que este documento não foi cumprido por parte delas. "A lei atual é extremamente permissiva, o termo buscou dar prazos para que fossem regularizadas algumas situações, mas muitos não cumpriram e pagaram para ver. Se o documento assinado tivesse sido cumprido, o projeto não existiria", disse Beto ao Coletiva.net.
O vereador acredita que os problemas não são apenas os outdoors, mas uma série de peças externas contribui com a poluição visual, como placas e fachadas. "O que fazem com Porto Alegre é um absurdo", enfatizou, dando como exemplo o fato de a lei atual permitir que cada terreno possa ter até seis outdoors, o que, para ele, é um exagero. "Muitas empresas cumpriram o termo, o que colaborou para melhorar, um pouco, a paisagem de Porto Alegre, mas outra parte não o fez. Hoje, corre-se o risco das corretas pagarem um preço alto por aquelas que ignoraram o termo", lamentou.
Beto explicou que não é a favor do projeto de Cecchin: "Acho que o caminho não é por aí, na base da eliminação geral, mas algo precisa ser feito". Ele entende que muitas empresas seriam prejudicadas, inclusive empregos seriam perdidos, mas pondera que "o setor deveria ter pensado nisso antes". Citando o projeto Cidade Limpa, em vigor em São Paulo, e iniciando aplicação no Rio de Janeiro, o vereador acredita que Porto Alegre não conseguirá fugir deste caminho por muito tempo. Beto também disse que o projeto ainda é muito embrionário e polêmico e, portanto, não há como prever se será aprovado ou não, mas antecipa que deverá haver movimentações de todos os lados.
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