A Latam Intersect PR lançou a quarta edição do 'Panorama do Jornalismo na América Latina', que, desta vez, aprofundou o impacto da Inteligência Artificial (IA), das redes sociais e do trabalho híbrido. O estudo realizado pela agência de Comunicação e relações públicas tem o intuito de descobrir como essas questões afetam a rotina dos profissionais, e, também, as implicações nos leitores.

Embora o número de jornalistas latino-americanos que trabalham presencialmente tenha aumentado em relação a 2022 (de 11,6% para 13,5%), a maioria dos entrevistados (44,4%) relataram exercer suas funções remotamente. Enquanto isso, 42,1% atuam de forma híbrida. Além disso, 61,5% dos profissionais afirmaram acreditar que as redes sociais são a ferramenta mais importante para a prática jornalística, e a maioria ainda relatou preferir o X para descobrir notícias.

Claudia Daré, cofundadora e diretora da agência de relações públicas, confirma o comportamento dos jornalistas apresentando outro dado. "Foi interessante descobrir que quase dois terços (62,9%) dos jornalistas latino-americanos usam a função de tópicos do X para sugerir histórias 'pelo menos uma vez por semana' (32,5%) ou 'uma vez por mês' (30,4%). Compare isso com o Threads, aos quais menos de um terço (29,4%) dos jornalistas latino-americanos prestam atenção ao criar histórias", relata. Para trazer um contraponto, Roger Darashah, cofundador e diretor da Latam Intersect, conta que somente 7,3% dos jornalistas chilenos utilizam o Threads para encontrar novas pautas, enquanto no Brasil, 46,2% usam a plataforma da Meta e 40,4% nunca utilizam o X com essa intenção.

A pesquisa aponta também uma aceitação por parte dos profissionais em relação à IA, visto que 82% a acham uma ferramenta útil para o trabalho, porém, 29,9% dos entrevistados, entre 18 e 25 anos, a consideram uma ameaça. Ademais, 31,8% utilizam o recurso pelo menos uma vez por semana, 35,6% usam uma vez ao mês e 32,6% nunca operam-na. Os jornalistas usam a inteligência Artificial de diferentes formas, como para 'insights/pesquisa' (25,1%), 'tradução de texto' (22%), 'outros' (21,6%), 'edição' (16,8%) e 'redução de textos' (13,6%).

Fazendo um retrospecto, Claudia afirma que a profissão continua a se adaptar e, graças às quatro edições do relatório, foi possível perceber essa evolução. "Assim, embora a inteligência artificial e as redes sociais continuem a ter um grande impacto em nossas vidas, confiamos no continente da América Latina e em seus brilhantes jornalistas para continuarem na vanguarda desta nova era de produção e consumo de notícias", finaliza.