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Márcia Martins escreve sobre a música de quem não vive mais e, no artigo de Marcelo Rech, um pedido de chance para o otimismo

Na coluna de hoje, Márcia Martins diz que tem ouvido muita gente morta, mas garante que não são vozes que assombram ou aterrorizam sua vida. "A situação está bem preocupante. Porque cada vez mais eu escuto gente morta. Com uma frequência exagerada, ouço as vozes do Cazuza, nas mais lindas e poéticas canções que saem dos CDs dele que coleciono, Cássia Eller, em muitos DVDs que ocupam espaço musical privilegiado na apertada sala do apartamento, Renato Russo e toda a sua legião e o mago Raul Seixas. Mas não fica só aí a minha audição de mortos. Não tem um dia, útil ou feriado, que não ouça a voz da Pimentinha, da Eliscóptero ou da Hélice Regina com sua perfeição nas interpretações impecáveis ecoando pelos cantos da minha casa. Ou a bossa nova do maestro soberano Tom Jobim e seus acordes encantadores no piano."
No artigo do vice-presidente editorial do Grupo RBS, Marcelo Rech, um apelo pelo otimismo. Ele afirma que A disseminação da falsidade causou muito estrago, mas há iniciativas para fazer a apuração profissional ganhar fôlego e conter a barbárie. "Basta puxar da memória para apenas um ano atrás. As expressões pós-verdade e fake news ainda não haviam sido transplantadas de alguns poucos trabalhos acadêmicos, o mundo seguia embasbacado pelos números estonteantes de audiência de Google e Facebook e pelo glamour exalado por duas marcas que conquistaram o universo digital e da comunicação praticamente sem resistência. No lado dos ocupados, havia apenas desalento: circulações em queda, receitas migrando na ponte aérea para o duopólio dos gigantes digitais e, pior, dedos apontados para jornalistas e meios de comunicação, desterrados ao passado sob o peso da expressão "mídia tradicional"."

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