Recurso de audiodescrição será obrigatório a partir de julho

Emissoras se preparam para veicular duas horas semanais da programação com nova ferramenta

As emissoras de televisão no Brasil deverão passar a veicular duas horas semanais de programação com o recurso da audiodescrição, a partir desta sexta-feira, 1° de julho. A determinação foi do Ministério das Comunicações, que também prevê que até 2020 a grade televisiva das geradoras e retransmissoras em sinal digital deve totalizar 20 horas semanais de programas com a nova ferramenta.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Emanuel Carneiro, a exigência é quase o dobro do que prevê a legislação da Inglaterra, país que é referência em políticas de acessibilidade. Na comparação com países como Irlanda, França, Canadá e Espanha, a regra brasileira também é a que mais tempo exige de audiodescrição. "A quantidade oferecida no mundo pela televisão é baixa, nenhuma TV audiodescreve a totalidade de sua grade televisiva",  afirma Emanuel Carneiro.
O presidente explica que dificuldades tecnológicas e de custos impedem que o recurso seja adotado em grande escala nos países. Segundo ele, as diretrizes internacionais recomendam, por exemplo, que a audiodescrição seja inserida nos intervalos de silêncio entre os diálogos, o que nem sempre é possível. "A maioria das emissoras não é capaz de transmitir o segundo canal de áudio, necessário para a audiodescrição. Os satélites também, em grande parte, não recebem o sinal sem interferências", explica Carneiro.Por outro lado, ele garante: "Embora a exigência no Brasil para veiculação do recurso seja uma das mais rigorosas, as emissoras estão empenhadas em cumprir a norma".

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