Após reunião realizada ontem com a comissão de profissionais de Zero Hora, a direção do Sindicato dos Jornalistas no Estado informou em nota oficial que não aceita a contraproposta que o grupo estaria fazendo à empresa, não modificando os principais pontos da negociação sobre o pagamento de horas-extras. A decisão da entidade frustrou os jornalistas, que esperavam o apoio do sindicato para dar fim à negociação. Para o sindicato, a aceitação da proposta de Zero Hora significaria uma redução salarial, o que é ilegal do ponto de vista da legislação trabalhista.  

A entidade também rechaça a compensação de horas-extras, não prevista no acordo coletivo assinado entre jornalistas e empregadores. Também não aceita a liberação do controle da jornada por meio de cartão-ponto, pois trata-se de um ônus da empresa e não do trabalhador. Segundo o sindicato, a ausência do controle reverteria a situação, passando o ônus para os jornalistas, que teriam que provar o excesso de carga horária com testemunhas, em caso de ingresso na Justiça.  

Ouvidos por Coletiva.net, integrantes da comissão de redação disseram que ainda não há um consenso em relação à posição do sindicato, e por isto estaria sendo estuda uma nova contraproposta. O sindicato, por sua vez, informa que continuará negociando a situação dos jornalistas do jornal e pede que os profissionais "não temam eventuais ameaças de demissões arbitrárias". Nesta sexta-feira, a entidade participará de duas reuniões no veículo, uma com os empregadores e outra com os trabalhadores.