O governo federal anunciou, nesta segunda-feira, 20, que concederá aos estados 100% de carência no serviço da dívida até o final do ano, que Sartori considerou uma vitória do Rio Grande do Sul. A medida representa um alívio de R$ 1,9 bilhão ao Estado, somente neste ano. "Não resolve todas as nossas dificuldades financeiras, mas cria condições de avanço diferentes", disse o governador, que defendeu a proposta em encontro com gestores estaduais, durante a manhã e o início da tarde desta segunda-feira.
De acordo com o portal do Governo do Estado, a medida foi oficializada durante reunião com governadores convocada pelo presidente da República em exercício, Michel Temer, no Palácio do Planalto. Antes do encontro, o grupo se reuniu com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para acertar detalhes da negociação. Foi definido que, durante um ano e meio, a contar de janeiro de 2017, a carência será regressiva, com uma redução de 5,5% nesse desconto, a cada mês. A proposta de alongamento por 20 anos continua em discussão.
O Rio Grande do Sul deve cerca de R$ 52 bilhões para a União, e já quitou R$ 25 bilhões de um contrato inicial de R$ 9 bilhões. "Da forma como está, não pode ficar. É um pleito justo e legítimo de toda a sociedade gaúcha. É preciso devolver aos estados a capacidade de investimento, principalmente para atender as pessoas que mais precisam. Temos que buscar formas de viabilizar esse fôlego, que vai impactar diretamente na economia e na vida da população", pontuou Sartori.
O governador destacou ainda que o Rio Grande do Sul já mostrou melhoria na gestão dos recursos públicos, por meio de medidas de austeridade adotadas desde o início de seu governo. "Cortamos na própria carne e não temos medo de fazer o que precisa ser feito. Percebemos a gravidade da crise antes de outros estados", lembrou.
Para este ano, o déficit financeiro do Estado é de R$ 6,07 bilhões e, com esse alívio financeiro, o secretário da Fazenda, Giovane Feltes acredita que será possível evitar dificuldades maiores com o pagamento do funcionalismo. De acordo com ele, este anúncio, somado aos resultados das medidas de austeridade adotadas pelo governo estadual representam avanços históricos.
Também participaram da reunião os governadores de Alagoas, Renan Filho; do Amapá, Waldez Góes; do Amazonas, José Melo de Oliveira; do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg; do Espírito Santo, Paulo Hartung; de Goiás, Marconi Perillo; do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; do Paraná, Beto Richa; de Pernambuco, Paulo Câmara; do Rio Grande do Norte, Robinson Faria; de Rondônia, Confúcio Moura; de Santa Catarina, Raimundo Colombo; de São Paulo, Geraldo Alckmin; e do Tocantins, Marcelo Miranda; e o governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles.