Alexandre Bach: Entre livros e jornais

Desde o tempo em que residia no interior, a vida do jornalista gira em torno de leituras

Alexandre Bach - Reprodução

Sua infância foi sempre rodeada de livros e revistas. Desde pequeno ele já sabia que a leitura teria muita influência na escolha de sua profissão. E assim surgiu o jornalista Alexandre Bach, 37 anos, que vem traçando seus caminhos tranqüilamente e deixando a marca de seu talento nos jornais em que atua. E hoje isto acontece no surpreendente Diário Gaúcho, do Grupo RBS, onde é o editor- chefe e comanda diariamente uma redação de 45 profissionais. O "vendedor de livros" é figura carimbada em suas lembranças pessoais. Motivo? Sua família tinha uma livraria em Osório, sua cidade natal. Na tarefa de auxiliar no negócio dos pais, ele cresceu no meio de livros e materiais escolares.

Terminado o 2º grau, veio morar em Porto Alegre, já decidido a prestar vestibular para Jornalismo na UFRGS. "Boa parte da minha vontade de trabalhar em jornalismo surgiu do contato com livros, revista e jornais" conta ele. Feita a prova, veio a aprovação para realizar o sonho de ser jornalista. Seu primeiro contato prático com o mundo da comunicação foi na Propal Propaganda e Representações, empresa que representava comercialmente na capital os jornais do interior. O trabalho envolvia basicamente negociações com os veículos e envio de anúncios para os jornais. Em virtude de uma relação da Propal com o jornal A Razão, de Santa Maria, e também de uma estruturação do diário, surgiu a oportunidade de trabalhar na sucursal em Porto Alegre.

Primeiramente ele começou a atuar no comercial do jornal, mas logo passou para a redação como "telexista"- responsável por passar as notícias por telex. Com seu esforço e determinação, conseguiu uma "vaguinha" na redação, agora como repórter de fato, na editoria de esportes. Ele mesmo admite que sempre foi "metido" para conseguir algo melhor para sua ascensão na profissão - e quem o conhece sabe que ele é assim mesmo, capaz até de desligar o gravador do repórter para interromper a entrevista e passar um 'off'. A coragem e determinação foram os fatores cruciais para que marcasse sua trajetória e trilhasse seu caminho pelas redações dos jornais.

Teve passagens ainda pelo Correio do Povo, Zero Hora - onde conseguiu integrar a redação através do curso de Jornalismo Aplicado, promovido pela RBS. De 450 inscritos, o nome de Alexandre figurava entre os 30 selecionados para realizar o curso. Orgulhoso de ter tido a oportunidade de colocar em prática o dia-a-dia do jornalismo, lembra com entusiasmo dos "bons tempos": "Eu fiz a primeira turma, a melhor delas", brinca. Terminado o curso, o nome de Alexandre constava novamente na lista de 14 selecionados para trabalhar na redação da Zero Hora, onde atuou por 10 anos.

O Show da Virada

No final do ano de 1999, recém chegado de uma viagem cujo roteiro incluía parte da Itália, Alexandre volta a trabalhar sem muito estímulo para retomar a rotina, quando foi surpreendido por uma notícia. "Foi uma coisa de redação mesmo. Eu cheguei na segunda-feira na Zero Hora e uma pessoa aproximou-se de mim e me parabenizou pela promoção. Eu sem saber de nada fiquei na minha", lembra ele. No outro dia, 30 de dezembro de 1999, veio a surpresa: Cyro Martins Filho, na época editor-chefe de ZH, convidou-o para trabalhar junto com ele no comando da redação de um novo jornal da RBS, o Diário Gaúcho.

Foi então que Alexandre decidiu encarar mais um desafio, ser editor do DG, ao lado do colega e companheiro de longa data Cyro, atual gerente executivo do jornal. O resultado é que ambos passam grande parte do dia dentro do jornal, coordenando os trabalhos de 45 jornalistas, entre repórteres, editores, diagramadores e "pessoal da arte". Enfim, toda a redação.

Quase tudo dentro do jornal

Alexandre é casado há 11 anos com a publicitária Nádia Yacoub. Fruto da união são os filhos Lara, de seis anos, e Gabriel, de dois anos. Seu horário de despertar é livre, mas pela manhã aproveita para curtir um pouco o casal de filhos, ler livros - um dos autores preferidos é Bernard Cornwell, que considerado o melhor autor de histórias medievais. A última obra lida deste autor foi "O Arqueiro".

Além da leitura, o jornalista toma algumas providências administrativas e atualiza seus e-mails. Quando não almoça em casa com a família, aciona alguns contatos para manter "uma boa relação com as "fontes". "Sempre procuro almoçar uma vez por semana com alguém, uma fonte ou amigo", diz . Vai para o jornal por volta das 14h e fica até tarde da noite. "Meu horário de saída do jornal depende muito do fechamento da edição. Nunca saio antes da meia-noite", declara.

Nas horas de folga...

Nos fins de semanas de folga, principalmente aos sábados, Alexandre dedica-se a programas com a família. No verão, costuma ir veranear no litoral gaúcho ou catarinense. Confessa que, ultimamente, está programando viagens para lugares que tenham atrações voltadas para seus filhos, porque ainda são crianças. "Para nós viajarmos, tenho sempre que optar por um lugar que tenha água ou alguma atração para eles", comenta. Nas horas de folga ele também gosta de cozinhar. Uma de suas especialidades é o churrasco. "Nos sábados a cozinha é minha, gosto muito de reunir meus amigos e família para fazer um churrasco. Lá pelas tantas até esquecemos da carne. O bom mesmo é a reunião das pessoas", brinca.

Como lazer, gosta de ir ao cinema, mas diz que atualmente não está tendo muita disponibilidade para "pegar um cineminha". "O cinema funciona como terapia para mim", afirma ele. Como atividade física, Alexandre pratica natação três vezes por semana. "Eu estou nadando bem agora, até acho que vou conseguir uns bons índices para as próximas olimpíadas", ironiza. Com os colegas de trabalho, ele faz "essas coisas que todo jornalista faz": ir no bar do Beto ou na Cia do Sandwich, fazer um happy hour e tomar um "chopinho".

O alicerce

Alexandre diz que como filosofia de vida destaca e prioriza a segurança em tudo que faz. "Das pequenas às grandes coisas que fiz, eu sempre dei o primeiro passo quando eu realmente tinha segurança do que queria realizar". Fato que o leva também a manter distância de pessoas que não lhe tragam segurança: admite que chega a se afastar do convívio com pessoas que imagina que queiram plantar insegurança na suas ações. "Chego a ser até mal educado com elas", revela. Ele atribui a convicção dedicada ao que realiza para explicar o sucesso do trabalho exercido. Vinculado como alicerce em sua vida, ele tenta passar este seu "lado otimista" diariamente para os colegas e pessoas que fazem parte de sua vida pessoal e profissional.

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