Exclusivo: Francisco Rüdiger relembra trajetória como professor da PUCRS

Ele fez parte do grupo de professores da Famecos demitidos na última semana

O professor esteve na PUCRS por 36 anos - Divulgação

Na última semana, quatro professores da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) foram demitidos. Entre eles, estava o jornalista Francisco Rüdiger, que conversou de forma exclusiva com o portal Coletiva.net, e contou sobre sua trajetória e saída da instituição de Ensino Superior. Foram 36 anos, uma vida dedicada à atividade de lecionar e de pesquisa na Universidade. A redução de despesas, resultado do reajuste com a queda de matrículas, fez com que Rüdiger tivesse de seguir outro caminho. O doutor em Ciência Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), se diz feliz em ter acompanhado a transformação da PUCRS. "De 'escolão de terceiro grau', em uma das maiores universidades do país. Testemunhei a criação de um pujante sistema de pós-graduação. Só tenho a agradecer pela oportunidade de ter participado deste processo", relembrou. 

A história de Rüdiger  com a PUCRS começou em 1986, a partir de um convite da professora Iara Bendatti. Ele relembrou que, à época, a instituição de ensino ainda era chamada de Terceiro Grau, que foi o nome antecessor  do atual Ensino Superior. "Eu me achava um estranho no ninho, mas havia uma camaradagem e um perfil de aluno que depois se perdeu", recordou. 

Ainda falando do passado, ele contou que foi durante o mandato do Pró-Reitor Urbano Zilles, de 1983 a 2000, que a pós-graduação, começou. "Entre 2000 e 2014, o programa viveu seu auge, em todos os sentidos", afirmou. Já os cursos de graduação, de acordo com Rüdiger, não tiveram o mesmo êxito. "Manteve-se à margem do movimento de dar mais gabarito acadêmico, e não apenas profissionalizante. Depois, em meu juízo, entrou em declínio, por várias razões", explicou. 

Ao rememorar sua trajetória na PUCRS, Rüdiger prefere não falar de sentimentos, mas, sim, realizar um balanço da experiência. "Até esperava e tentei fazer mais, mas isso não depende apenas de nossa vontade e iniciativa". Porém, a análise final de sua história é favorável. "Minha avaliação, pesando prós e contras, altos e baixos, meus e de minha faculdade, é positiva", revelou. 

A vida acadêmica, porém, não se findou, visto que o professor é ainda docente do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) há mais de 10 anos. Em 2022, inclusive, publicou seu mais recente trabalho, o livro 'As teorias do jornalismo no Brasil' e informa que o título 'Epistemologia da Comunicação no Brasil' deve ser reproduzido. Rüdiger  confessa que não pretende se aposentar em breve. "Gosto de lecionar, trabalho em novos projetos de pesquisa, e sigo bem animado", finalizou.

 

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