A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) tem novidades na estrutura. A partir desta terça-feira, 31, a instituição passou a contar com a Pró-Reitoria de Inovação e Empreendedorismo (Proinova) e mudanças em alguns núcleos. Na solenidade de criação, realizada no Coworking da Pulsar Incubadora Tecnológica, ocorreu também a posse do pró-reitor, o professor Daniel Pinheiro Bernardon. A partir de agora, além do ensino, da pesquisa e da extensão, a Inovação também adquire um caráter fundamental e visa a uma aproximação maior da UFSM com a sociedade.

O recém-empossado explica que, quando se fala em inovar, não é só com relação à tecnologia. "Vamos ter um olhar para a Inovação Social, para todos os saberes e a pluralidade da universidade, com o intuito de, cada vez mais, nos aproximarmos da comunidade por meio de uma série de iniciativas", afirma. O gestor acredita que, dessa forma, a academia se qualifica para desafios ainda maiores com resultados para a cidade e região.

O pró-reitor ainda explica que a reestruturação representou uma consequência mínima na matriz orçamentária da UFSM, devido a fusões de coordenadorias. No entanto, o profissional defende que "o impacto estratégico será muito grande, já que uma pró-reitoria permite uma estrutura moderna e preparada para os novos desafios".

Mudanças

A Proinova na UFSM promoverá um novo enfoque na educação empreendedora. Isso abrangerá desde o ensino médio dos colégios Técnico Industrial de Santa Maria (Ctism) e Politécnico, os cursos de graduação e de pós-graduação, até a formação de empresas incubadas - trabalho de responsabilidade da Coordenadoria de Empreendedorismo.

Outra alteração é a unificação da Coordenadoria de Transferência de Tecnologia com a de Propriedade Intelectual. Também será criado o Núcleo de Prospecção e Valoração - com a incumbência de se aproximar cada vez mais das unidades universitárias, buscará entender os diversos laboratórios, grupos de pesquisas, para potencializá-los, em um trabalho integrado com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP). 

Já o Núcleo de Apoio a Projetos foi mantido por ser considerado fundamental para as discussões processuais, otimização de fluxos internos, em trabalho conjunto com as Pró-Reitorias de Planejamento (Proplan) e de Administração (PRA). O intuito, conforme Bernardon, é garantir agilidade na máquina pública para firmar contratos. 

Além dele, mantiveram-se os núcleos de Propriedade Intelectual e de Apoio Administrativo e Orçamentário. Já o Núcleo de Infraestrutura e Patrimônio terá o objetivo de buscar a otimização dos espaços disponíveis.

InovaTec e Pulsar Incubadora

Até então vinculado ao Gabinete do Reitor, o Parque de Inovação, Ciência e Tecnologia (InovaTec) passa a ser de responsabilidade da nova pró-reitoria. O executivo explica que o espaço atenderá a empreendimentos para que executem atividades de ensino, pesquisa e extensão. "Vamos nos aproximar mais de empresas desenvolvidas, ora residentes aqui, ora associadas, mas com propósito de interação com a universidade", ressalta.

O desafio do Núcleo de Gestão de Incubadoras Tecnológicas (Pulsar Incubadora) será tornar as startups ainda mais prósperas. A ideia é que o parque oportunize a essas empresas desenvolvidas a permanência na UFSM, para contribuir com as que estão nascendo. "A gente começa a fazer toda uma trilha, desde a educação empreendedora, a sensibilização dos alunos, a incubação e o parque, e vamos estar trabalhando cada vez mais nisso", assegura o pró-reitor.

Inovação e extensão

Para o reitor, Luciano Schuch, este é um "momento histórico" ao lembrar do trabalho realizado na UFSM, desde 2001, com a criação do Núcleo de Propriedade Intelectual, passando pela Incubadora Tecnológica de Santa Maria (ITSM), entre outras iniciativas. "Para nós surfarmos nessa onda, é porque houve esse caminho dos precursores, que nos permite chegar aqui", afirma. 

O reitor considera que é importante ter professores e pesquisadores juntos das startups e do ecossistema de Inovação. "Nossa bandeira é a Extensão e a Inovação. Temos que impactar a sociedade, esse é nosso papel", avalia o gestor, que defende também as parcerias público-privadas. "As empresas incubadas são nosso patrimônio. A maior propaganda que podemos fazer é o sucesso dos nossos alunos, sem nunca esquecer a qualidade dos cursos e a pesquisa", salienta.