Em nome do bem (e do mal): digital foi a via desbloqueada da tragédia no RS

Por Rafael Cechin, para o Coletiva.net

Serviços prestados pelos meios, por sorte, se sobrepuseram às fake news

Analisando a audiência de Coletiva.rádio no terrível mês de maio de 2024, marcado por tantas notícias negativas em nossas vidas, apareceu um dado de certa forma surpreendente: os números aumentaram bastante em relação aos últimos meses. Por que a surpresa? Somos uma emissora segmentada, que depende das redações e agências para ser ouvida. Esperávamos queda, tivemos alta no volume de ouvintes. Outra prova de que o digital, dia após dia, reforça sua importância na rotina.

Foram mais de 100 mil pessoas escutando as informações de nosso veículo, dedicado ao noticiário e às impressões do mercado da comunicação no Rio Grande do Sul. Um patamar que garantiu chegar perto de 3 milhões de ouvintes únicos em dois anos e meio de operação, com picos orgulhosamente superando audiência obtida por rádios tradicionais. No mês passado, sem ter o que celebrar em função de tanta destruição, alcançamos incríveis 95 países, 2.146 cidades e mais de 400 mil minutos de escuta. Marcas que de novo mostraram a força do rádio e da informatização em nosso mundo.

Há três ou quatro anos, a pandemia já havia dado o recado. Transformou as relações de trabalho e pessoais. O home office veio para ficar, reuniões virtuais substituíram inclusive viagens corporativas, saltamos de 2020 para 2030 em poucos meses. A catástrofe provocada pelas enchentes alavancou a necessidade de comunidades inteiras de ouvir e de serem escutadas através do FM, do AM e da internet.

Serviços e notícias envolvendo a expectativa para saber quantos metros a inundação atingiu, quais municípios e bairros foram afetados, se a luz ou a água vão voltar, as famílias devastadas pela perda de suas casas e parentes, o que fazer para doar e ajudar, tomaram conta de todo o maio de 2024. Gaúcha, Band, Guaíba, Pampa, 103.3FM, bem como nossos parceiros União FM, Mais Nova, Rádio Viva, 88,7FM e outras tantas estiveram mais presentes em nossas vidas porque se fizeram necessárias. Dependemos delas para entender o que estava acontecendo.

Por sorte, novamente reduziram o impacto das fake news que dominaram as redes sociais, principalmente nos grupos de Whatsapp. Claro que muitos foram guiados pela desinformação, coincidente ou intencionalmente plantada por interesses de quem pretende tumultuar. E nem pense que estou politizando a coisa. Longe disso. A crítica aqui é direcionada aos "tudólogos", que "de tudo entendem", e na verdade sabem de coisa alguma. Aqueles que dão palpites furados porque ouviram falar ou quiseram participar da conversa sem conhecimento para tanto.

Se fosse tratar de política, para deixar claro, por mim nenhum partido político se salvaria. Seja porque fez falir o sistema de proteção de nossas cidades nas últimas duas ou três décadas, por permitir que bairros sejam mais instalados perto de rios, ou mais recentemente por se aproveitar da devastação com fins eleitoreiros. Todos os políticos saíram derrotados da tragédia. Quem pagou, como sempre, foi a população.

Mas é bom deixar isso de lado e voltar para a realidade da comunicação. Fato é que a informação se sobrepôs às notícias falsas. Não só as rádios colaboraram. A facilidade do digital tornou a tarefa da TV e dos portais mais ágil na apuração e veiculação das notícias verdadeiras. As telas foram aliadas de quem precisou contar com os veículos no cotidiano. E pelo o que pude acompanhar todos, sem exceção, estão de parabéns pelo acompanhamento diário dos fatos.

Em Coletiva.rádio continuamos fazendo nossa história com crescimento em todos os aspectos. Não é só a audiência do mês passado. Temos cada vez mais anunciantes. Com muita honra, empresas de vários segmentos de qualidade renomada se unem à nossa ideia de proximidade à indústria jornalística e publicitária do Estado. Estamos sempre abertos a novidades, como a recente implantação do comentário de Beto Carvalho e o reforço no noticiário do mercado.

Quem ainda não nos ouviu, está convidado para acompanhar. Já àqueles que fazem parte dos quase 3 milhões de ouvintes únicos, nosso "Muito obrigado". Que a gente continue servindo como mais uma ferramenta contra a desinformação e os interesses ruins. Ah, e que fiquem todos bem sempre. Que a tragédia que nos afetou desta vez traga mais empatia e simpatia para as pessoas.

Rafael Cechin é Jornalista, consultor de Comunicação e Marketing, cofundador da Exponencial e diretor-executivo de Coletiva.rádio. 

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