Jornalista e saúde

Por José Maria Rodrigues Nunes, para Coletiva.net

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O Dia do Jornalista por si só, já é uma data com representação significativa, mas quis o destino que o 7 de abril também fosse escolhido como o Dia Mundial da Saúde. Coincidências à parte, vamos buscar alguns fatos históricos, que nos levam a escrever sobre a imprensa e a saúde em um mesmo texto. Deixando de lado suas especificidades, podemos dizer que ambas as homenagens são justas e de certa forma convergem. Em tempos de pandemia, quando o jornalista tem sofrido uma série de ataques, isso nos leva a fazer uma boa reflexão sobre a importância da profissão e consequentemente nos remete a tempos passados, quando também sofreram pressões políticas.

Criada pela Associação Brasileira de Imprensa - ABI, a data é uma referência a Giovanni Battista Libero Badaró, italiano de nascimento e uma personalidade importante na luta pelo fim da monarquia portuguesa e Independência do Brasil. Médico e jornalista, ele foi assassinado no dia 21 de novembro de 1830, em São Paulo, por alguns dos seus inimigos políticos. O movimento popular que se gerou por causa do seu assassinato levou Dom Pedro I a abdicar do trono em 1831, no dia 7 de abril, deixando o lugar para seu filho Dom Pedro II, com apenas 14 anos de idade.

Foi só em 1931, cem anos depois do acontecimento, que surgiu a homenagem, e o 7 de abril passou a ser Dia do Jornalista. A data marca também a fundação da Associação Brasileira de Imprensa - ABI fundada, em 1908. A entidade é considerada um baluarte na defesa das Liberdades de Imprensa e Expressão, com a Federação Nacional dos Jornalistas - Fenaj e associações estaduais, como a Associação Riograndense de Imprensa - ARI, que seguem firmes, com o objetivo de assegurar aos jornalistas todos os seus direitos.

Assegurar os direitos de todos os cidadãos do mundo foi o propósito da Organização Mundial de Saúde - OMS. Ao determinar o 7 de abril como Dia Mundial da Saúde, a partir de 1950, tendo como objetivo dar oportunidade e chamar atenção mundial para um assunto de grande importância para a saúde global a cada ano. Então que o 7 de abril possa inspirar jornalistas a continuar na luta não apenas pela defesa das liberdades de Imprensa e Expressão, mas acima de tudo da vida humana, hoje minimizada por muitos políticos. Que as últimas palavras ditas por Líbero Badaró: Morro defendendo a liberdade - inspire profissionais da saúde e jornalistas, a buscar em cada dia, algo que o fortaleça nessa luta que é de toda a sociedade. 

José Maria Rodrigues Nunes é jornalista, presidente da Associação Riograndense de Imprensa - ARI e vice-presidente Sul da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

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